A influência da linguagem dos chats em bilhetes trocados por alunas em sala de aula

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Batista, Cassia Panizza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-04052023-093604/
Resumo: Este trabalho examina alguns aspectos que caracterizam o gênero chat como um gênero híbrido que mescla propriedades das modalidades falada e escrita e investiga a hipótese de que a linguagem usada nos bate-papos virtuais está sendo transportada para outros contextos. Nossa pesquisa apóia-se nas teorias que tratam da relação oralidade/escrita, bem como em alguns pressupostos da Análise da Conversação, Lingüística Textual e da Gramática Funcional. A perspectiva teórica aqui adotada considera que os gêneros textuais distribuem-se num continuum tipológico para os dois modos enunciativos da língua e rejeita as oposições dicotômicas entre eles. O corpus é bastante inusitado. É composto por bilhetes escritos por alunos a fim de se comunicarem durante as aulas. Para investigar suas possíveis semelhanças com as interações que são encontradas nos chats, procedemos a um levantamento de algumas estratégias lingüísticas e discursivas envolvidas nos bilhetes, realizando, em alguns momentos, um estudo comparativo entre eles e a linguagem dos chats.A análise revela que o tamanho dos turnos, as escolhas lexicais, a pontuação, o emprego de abreviaturas, além da utilização de marcas gráficas, como os emoticons, fazem com que a linguagem usada nos bilhetes se assemelhem a dos bate-papos virtuais. Constata também que, embora os dois gêneros analisados apresentem muitas marcas de oralidade, lançam mão de recursos característicos da escrita. Trata-se, portanto, de textos híbridos com identidades próprias.Verificou-se ainda, por meio da análise de questionários respondidos por alunos a respeito do uso do computador, que os adolescentes admitem que a linguagem usada nos bate-papos virtuais às vezes ultrapassam os limites do computador e é transferida para outros contextos