Métodos de limpeza de terreno sob floresta e a dinâmica de atributos físicos e químicos de um latossolo amarelo do Vale do Rio Ribeira de Iguape - SP

• Ano de defesa: 1986
• Autor(a) principal: Hernani, Luiz Carlos
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: DESMATAMENTO; FLORESTAS; LATOSSOLO AMARELO; LIMPEZA DO SOLO; PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO SOLO; VALE DO RIO RIBEIRA DE IGUAPE
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20231122-093208/

A agricultura itinerante ainda é praticada em certos locais do Vale do Ribeira, SP. Assim, na Estação Experimental de Pariqueraçú, avaliou-se, durante 24 meses, os efeitos de três métodos de limpeza de terreno sob floresta secundária de 12 anos de idade, sobre, a dinâmica de atributos físicos e químicos de um Latossolo Amarelo álico argiloso, cultivado com milho (Zea mays), sem aração e adubação. Após derrubada manual da floresta, instalou-se experimento em delineamento de parcelas subdivididas com três repetições, com os tratamentos: (a) sem remoção dos materiais da floresta (“enleirado”); ( b) queima total (“queimado”) e (c) limpeza total com trator de esteira e lâmina reta (“destacado”). Amostras compostas do solo foram obtidas em oito épocas (subparcelas): antes da queima, um, dois, quatro, oito, treze, dezenove e 24 meses após e de cinco camadas do solo (subparcelas): 0-4, 4-10, 10-20, 20-40 e 60-80 cm. Nessas amostras determinou-se o carbono, pH (em H2O, KCl N e CaCl2 0,01M), cátions trocáveis (Ca2+, Mg2+, K+, Na+ e Al3+), acidez potencial (H), fósforo extraído por resina (P), sulfatos (SO2-4), saturação (V%) e soma de bases, saturação de Al e a CTC efetiva e a pH 7, comparando-se suas médias pelo teste Tukey (P <0,05 e <0,01). Mediu-se também a densidade aparente das três camadas superiores e as perdas por erosão do solo. A queima resultou em 3,2 t.ha-1 de cinzas com apreciável quantidade de nutrientes, dentre eles o enxofre. Esses nutrientes foram liberados para o solo até o 4º mês após a queima. A camada 0-4 cm, para a maioria dos atributos estudados, foi a única afetada pelos métodos de limpeza. Variações expressivas em camadas subjacentes foram somente verificadas, ao longo do tempo, para o K+, o SO2-4 e a densidade aparente. O ”queimado” aumentou o pH, Ca2+, Mg2+, K+, Na+, P, CTC e V%, diminuindo o Al3, o H e a saturação de Al da camada 0-4 cm. Também supriu as necessidades de enxofre do primeiro cultivo do milho e promoveu produções de grãos maiores que os demais métodos de limpeza. O “destocado” resultou, na camada 0-4 cm, à partir do 19º mês, em quedas no Mg2+, K+, CTC, C % e, à partir do 8º mês, no H. Este tratamento também aumentou a densidade aparente das camadas 0-4, 4-10 e 10-20 cm e perdeu por erosão mais terra, água e nutrientes que os demais. O “enleirado” praticamente não afetou os atributos químicos e suas perdas por erosão foram significativamente mais baixas que nos outros métodos de limpeza. O solo sob floresta secundária perdeu maiores quantidades de K e Na que o submetido aos tratamentos de limpeza. Na camada 0-4 cm a velocidade de solubilização e perdas de cátions das cinzas seguiu a ordem: Na+ > K+ > Mg2+ > Ca2+, sendo que o Ca2+ permaneceu acima do seu nível original até o 24º mês enquanto os demais, após o 8º mês, voltaram aos níveis de antes da queima. Sulfatos foram solubilizados e lixiviados mais rapidamente que fosfatos os quais permaneceram na camada 0-4 cm até o 8º mês após a queima. O C orgânico não diminuiu com a queima. Portanto, dos métodos de limpeza testados, o “queimado” foi o mais eficiente em termos agrícolas, pois aumentou rapidamente a fertilidade da camada 0-4 cm, resultou em pequenas perdas por erosão e em maiores produções de grãos de milho.