Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Munhoz, Fabiana Garcia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-28112018-145638/
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Resumo: |
A primeira Lei Geral da Instrução Pública, de 15 de outubro de 1827, foi um marco na história da educação brasileira por prever a possibilidade de criação de escolas de primeiras letras de meninas nas cidades e vilas mais populosas pelos presidentes e conselhos provinciais. Em São Paulo, as primeiras cinco cadeiras foram criadas em 1828 e providas por meio de concurso público e desde esse ano até 1860, 88 escolas foram criadas e 136 professoras as ocuparam. Compreender a invenção do magistério público feminino no universo da história das mulheres trabalhadoras e da sociedade paulista oitocentista é o objetivo desta investigação. Como fio para alinhavar a narrativa, elegemos a primeira professora pública da Província, Benedita da Trindade do Lado de Cristo. A trama é tecida a partir de questões, espaços, polêmicas, relações e tradições identificadas, inicialmente, em sua trajetória e ampliada para a experiência docente coletiva das mestras. As interpretações são construídas recorrendo-se ao aporte teórico metodológico da história social, história do cotidiano e micro história, e da contribuição de pesquisas sobre história das mulheres e história da educação. As fontes da pesquisa formam um conjunto variado constituído por manuscritos do Arquivo Público do Estado de São Paulo; legislação e relatórios da Instrução Pública e de presidentes da Província; periódicos; documentação censitária; registros visuais; registros de batismo; relatos de viagens e literatura memorialista. O estudo está organizado em quatro capítulos. No primeiro, buscamos delinear os contornos do mundo do trabalho feminino, no qual destacamos as diversas possibilidades de ser mulher que povoaram as experiências na São Paulo oitocentista, com as profundas desigualdades sociais, de gênero e raciais de um país escravista. No segundo, passamos às questões específicas da docência feminina. Percorremos querelas, saberes, métodos, salários e dados numéricos da instrução num movimento de cotejamento entre as ações do governo provincial e as experiências das mestras públicas. No terceiro, discutimos três dimensões do acesso e transmissão da docência pública entre mulheres paulistas no XIX: a família, o ingresso por meio de concursos e indicações, e o Seminário de Educandas, um asilo paulista de órfãs como espaço educativo feminino que legou o magistério a algumas de suas internas. O último capítulo apresenta o corpo discente da escola feminina da Sé, considerando que uma das dimensões significativas do ofício docente é seu impacto na trajetória da população feminina que frequentou as escolas públicas. As experiências destas mulheres no magistério evidenciam o quanto elas se valeram das possibilidades em cena, afirmando, modificando e rompendo com os destinos mais recorrentes; para além da educação, contam sobre o ser mulher e o protagonismo feminino possível no século XIX. |