Efeito da concentração de endotoxina na resposta celular de SCAP a biocerâmicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Spigariol, Karollyne Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
MTA
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23156/tde-13062024-184945/
Resumo: Durante a terapia endodôntica regenerativa (RET), um material bioativo é usado como barreira coronal, estimulando a migração e proliferação de células-tronco da papila apical (SCAP). Embora tanto o Biodentine quanto o MTA sejam amplamente utilizados na RET pouco se sabe sobre o efeito dos lipopolissacarídeos (LPS) nas propriedades desses materiais em contato com as SCAP. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a resposta de SCAP ativadas com LPS sob aplicação de dois biomateriais: Biodentine (BD) (Septodont, Sair Maur de Fossés, França) e MTA (Angelus, Londrina, Brasil). Cultura primária de SCAP foram obtidas a partir de terceiros molares hígidos com rizogênese incompleta, sendo estabelecidas a partir de explantes. As células foram caracterizadas funcionalmente por Vermelho de Alizarina. Os corpos de prova de BD e MTA foram confeccionados e submetidos a diluição seriada de 1/2, 1/4, 1/8. A viabilidade celular foi avaliada usando o brometo de 3-(4,5-dimetiliazol-2-il) -2,5-difeniltetrazólio (MTT) com os estímulos de LPS 0.1 e 10 g/mL (Ultrapure E. coli LPS, Cat. LPS-EB, Invivogen, San Diego, EUA) nos períodos de 24h e 48h. As células então foram estimuladas pelas diferentes concentrações de LPS em contato com BD 1/4 ou MTA 1/4 em meio de diferenciação por 14 e 21 dias, sendo avaliado então a capacidade de formação de nódulos mineralizados por Vermelho de Alizarina. Em seguida, a detecção da expressão gênica de marcadores de diferenciação BGLAP, RUNX-2, MEPE e DMP-1 foi avaliada por transcrição reversa (RT) seguida de reação em cadeia da polimerase (PCR) quantitativa. A produção de citocinas TGF-1 e OPG foi avaliada por ELISA após 14 dias de estímulo. A atividade de fosfatase alcalina (ALP) foi avaliada nos períodos de 7, 14 e 21 dias. Resultados: A viabilidade celular aumentou nos grupos BD (1/4, 1/8) e MTA (1/2, 1/4 e 1/8) com LPS 0.1 g/mL após 24 horas, mas diminuiu no grupo BD 1/2. Após 48 horas houve diminuição da viabilidade celular para os grupos de MTA na presença do LPS 10 g/mL. Houve maior diferenciação celular no grupo BD com ambas as concentrações de LPS em 14 e 21 dias, enquanto no grupo MTA o aumento da diferenciação só foi observado na presença do LPS 10 g/mL em 21 dias. A presença do LPS em ambas as concentrações diminuiu a ALP no grupo BD nos períodos avaliados. A produção de OPG e TGF-1 foi menor no grupo MTA, independente da presença do LPS. A expressão de RUNX-2 foi maior no grupo MTA no período de 7 dias, independente da presença do LPS, enquanto a presença do LPS 10 g/mL aumentou a sua expressão no grupo BD no período de 21 dias. A expressão de DMP-1 e MEPE só foi observada a partir de 14 dias no grupo controle e 21 dias nos materiais, não sendo afetada pela presença do LPS. Não foi observada diferença estatística significativa na expressão de BGLAP entre os materiais e concentrações de LPS. Conclui-se que para períodos experimentais curtos a presença do LPS em menores concentrações induz a viabilidade celular, enquanto maiores concentrações reduz a proliferação para algumas diluições de BD e MTA. A maior diferenciação osteo/odontogênica de SCAP foi estimulada pelo BD e por LPS. A ALP foi mais pronunciada no grupo MTA, não sendo afetada pela presença do LPS. O MTA reduziu a produção de OPG e TGF-1 por SCAP enquanto o BD aumentou sua liberação, independente da presença de LPS. A expressão gênica de MEPE, DMP-1 e BGLAP na maioria dos grupos não foi afetada pelo LPS. Por outro lado, a presença do LPS mais concentrado aumentou a expressão de RUNX-2 no grupo BD em 21 dias.