Compostos bioativos do camu-camu (Myrciaria dubia McVaugh):caracterização e atividade biológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Gonçalves, Any Elisa de Souza Schmidt
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9131/tde-08032013-165045/
Resumo: O camu-camu é considerado uma excelente fonte de vitamina C, e com capacidade antioxidante in vitro cerca de 120 vezes maior em relação às outras frutas, além do alto teor de ácido elágico. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi caracterizar fruta e polpa comercial de camu-camu em relação ao conteúdo de fenólicos totais, flavonóides, ácido elágico livre e total, proantocianidinas e capacidade antioxidante in vitro, e verificar o efeito da ingestão de extrato bruto e frações purificadas da polpa comercial de camu-camu sobre o perfil bioquímico de ratos diabéticos e caquéticos, capacidade antioxidante do plasma, e a atividade das enzimas catalase, superóxido dismutase e glutationa peroxidase em plasma e eritrócitos. Também foi avaliado o efeito de extrato bruto e frações purificadas da polpa comercial em diferentes linhagens celulares. A polpa comercial de camu-camu apresentou maior teor de compostos bioativos que o fruto e por isso foi escolhida para continuar os estudos in vivo. Os teores de flavonóides variaram de 10 a 47 mg/ 100 g para quercetina, 4,8 a 5,0 mg/100 g para miricetina e 23 a 37 mg/100 g para rutina; os teores de ácido elágico livre variaram de 25 a 50 mg/100 g e 620 a 740 mg/100 g para ácido elágico total. Também foram identificados elagitaninos e oligômeros de proantocianidinas. Os extratos bruto e frações purificadas também foram testados em culturas celulares de miócitos (L6), macrófagos (J774), hepatócitos (FaO), beta pancreáticas (INS) e adipócitos (3T3). Os animais diabéticos e caquéticos tratados tanto com o extrato bruto quanto com a fração purificada de compostos fenólicos da polpa comercial de camu-camu apresentaram alterações do perfil lipídico plasmático, com reversão do alto colesterol total e triacilgliceróis, e ainda aumento nos níveis de HDL-colesterol. Outros efeitos como a redução da peroxidação lipídica e aumento da capacidade antioxidante plasmática também foram observados. Em linhagens celulares, os extratos bruto e purificado foram eficientes em estimular a captação de glicose em L6, reduzir a produção de óxido nítrico em macrófagos e L6 e ainda diminuir a expressão de citocinas pro-inflamatórias em 3T3. Juntos, estes resultados demonstraram que o camu-camu pode ser considerado uma excelente fonte de compostos bioativos e o seu consumo pode ser associado à prevenção de alterações metabólicas causadas pelo diabetes e caquexia, como a dislipidemia.