Restauração da vegetação de Cerrado após silvicultura de Pinus spp.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Haddad, Thaís Mazzafera
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-22082019-162041/
Resumo: Em todo o mundo, a conservação de savanas é menos valorizada que a de florestas. No Cerrado Brasileiro, majoritariamente composto por savanas, a expansão de plantações florestais é uma ameaça à biodiversidade. Entender o impacto dessas plantações na comunidade nativa e como restaurá-las quando os plantios são abandonados é uma demanda relevante. O principal objetivo do estudo foi avaliar se, em plantações florestais de pinus abandonadas, é possível restaurar a vegetação nativa de savanas ou se há necessidade de manejo após o abandono. Foram avaliadas três práticas recorrentes de restauração em plantações florestais: áreas abandonadas em que as árvores de pinus são mantidas em pé (pinus abandonado), áreas com corte raso de pinus seguido de abandono (restauração passiva) e áreas em que, após o corte raso do pinus, foram plantadas árvores nativas e controladas as gramíneas exóticas (restauração ativa). As práticas foram comparadas entre si e com cerrado típico (savana natural primária) e cerradão (savana adensada pela exclusão do fogo), em duas regiões (Assis e Mogi-Guaçu - SP). Foram avaliados o estrato arbóreo (DAP &#8805; 5 cm) e o arbustivo e arbóreo regenerante (DAP < 5 cm e H &#8805; 50 cm). A densidade de ervas não graminides, a riqueza de ervas graminóides e não graminóides, a cobertura do solo por vegetação nativa e por gramíneas exóticas e a cobertura de dossel foram avaliadas em Assis - SP. As espécies foram classificadas em típicas de savana, florestais e generalistas. O pinus abandonado apresentou menores valores de densidade, área basal e riqueza geral e de espécies típicas de savana para o estrato arbóreo. O estrato arbustivo e arbóreo regenerante não variou em densidade e riqueza em função das técnicas de restauração, embora a densidade tenha sido sempre menor do que a de savanas primárias. Restauração passiva e ativa apresentaram riqueza de espécies típicas de savana, no estrato arbóreo, semelhantes à savana primária. Entretanto, apenas a restauração passiva apresentou densidade semelhante à referência para espécies típicas de savana. Nenhuma prática de restauração foi eficaz para restaurar a comunidade herbácea e todas tiveram alta cobertura de dossel e presença de espécies florestais e generalistas. No decorrer do estudo, o pinus abandonado e a restauração passiva em Mogi-Guaçu - SP sofreram um incêndio e avaliamos o papel do fogo para a restauração do estrato herbáceo, comparando as duas práticas com savanas primárias e com a restauração ativa, que não queimou. Foram avaliadas a riqueza e a similaridade florística do estrato herbáceo e a cobertura do solo por herbáceas nativas e por gramíneas exóticas. Savanas primárias apresentaram composição florística diferente e maior riqueza que as áreas em restauração. A restauração passiva associada à queima resultou em maior cobertura por herbáceas nativas e mais espécies em comum com as savanas primárias do que a restauração ativa sem fogo. Entretanto, ambas as práticas de restauração resultaram em maior cobertura por gramíneas exóticas do que nas savanas primárias. Conclui-se que o corte do pinus seguido de abandono é mais eficaz à restauração da comunidade lenhosa típica de cerrado do que as demais técnicas comparadas. Porém, devido à ausência do fogo, as áreas tenderão a formar fisionomias florestais no futuro, sem a presença da comunidade herbácea nativa. A ocorrência do fogo nas áreas de Mogi-Guaçu reforça a importância das queimas para a restauração da comunidade herbácea típica do Cerrado.