Onomástica literária e representação espacial como ancoragem de memória: topônimos na obra Baú de ossos, de Pedro Nava

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Antonio Rafael Marçal da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-14052024-165423/
Resumo: Em franco crescimento no Brasil, os estudos onomásticos representam, por excelência, a interdisciplinaridade. São duas as disciplinas mais representativas: a Toponímia, disciplina onomástica que se dedica a analisar a complexidade do nome de lugar desde sua formação linguística até suas múltiplas relações extralinguísticas, tem sido o ramo que deu mais frutos na academia brasileira até o momento; e a Antroponímia, o outro ramo de relevo da Onomástica que tem por objeto os nomes de pessoas e todas as relações implicadas com o linguístico e o extralinguístico. No mundo, a conectividade proporcionada pela comunicação globalizada conduziu ao surgimento de novas perspectivas em Onomástica, entre elas a Onomástica Literária. Embora, em sua maioria, as pesquisas em Onomástica Literária tenham por objeto o nome das personagens em obras literárias, é possível encontrar alguns trabalhos sobre os nomes dos lugares. No Brasil, há pouquíssimos cujo objeto é o topônimo e esta dissertação pretende contribuir para a ampliação desse cenário. Em obras literárias, podemos considerar o nome de como uma representação do real, importante actante na construção da narrativa. Nosso objetivo específico é olhar, com as peculiaridades críticas e teóricas da Onomástica Literária, para alguns topônimos do livro Baú de ossos, de Pedro Nava. Nele, o autor apoia-se no topônimo para preencher o espaço do entorno com suas memórias. Durante a infância, dois lugares marcaram a primeira década do século XX: a Rua Direita em Juiz de Fora; a Rua Aristides Lobo no Rio de Janeiro. Em cada cidade, um topônimo serve de ancoragem e o fio da memória vai, lentamente, cosendo essa representação do real, a juntar o topônimo às memórias de tais espaços para compor uma imensa \"colcha de retalhos\". Os resultados dessa dissertação apontam o topônimo como objeto de ancoragem de memória, seja em textos ficcionais ou não ficcionais