Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1982 |
Autor(a) principal: |
Garlipp, Rubens Cristiano Damas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-151727/
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Resumo: |
Este trabalho procurou diagnosticar as possibilidades de aproveitamento da biomassa de florestas plantadas no Estado de São Paulo como sucedâneo ao óleo combustível consumido pelas indústrias paulistas. De início estimou-se o consumo previsto de óleo combustível para a década de 80 nas 11 divisões regionais administrativas do Estado. Posteriormente procedeu-se ao dimensionamento das áreas plantadas com Eucalyptus spp e Pinus spp desde 1963 em cada região. Também foram dimensionados os reflorestamentos com Eucalyptus spp estabelecidos nas áreas de influência à economia florestal paulista (Mato Grosso do Sul e Triângulo Mineiro). A demanda interna estadual por madeira de reflorestamentos foi estimada para o período 1981-1990. Considerou-se a demanda ocasionada pelas indústrias de celulose e papel, chapas de fibras e madeira aglomerada, bem como a demanda representada pelo consumo energético já tradicional ocasionada por padarias, olarias, hotéis e outros estabelecimentos consumidores de lenha e carvão de Eucalyptus spp. A biomassa florestal, representada por madeira e resíduos da exploração, foi convertida em toneladas equivalentes em óleo combustível. As reais possibilidades de substituição de óleo combustível industrial durante a década foram analisadas frente aos programas governamentais e empresariais que preconizam o aproveitamento da biomassa florestal. Considerações econômicas sobre a utilização energética da biomassa florestal são apresentadas. A viabilidade econômica da produção de florestas de Eucalyptus spp é discutida em função dos níveis de produtividade e face ao preço da terra vigente no Estado de São Paulo. Sumariamente os resultados revelaram as seguintes indicações: 1 - O Estado de São Paulo, responsável por 40% do óleo combustível consumido no país apresentará uma demanda industrial de 14,8 milhões de toneladas no ano de 1990, concentrada principalmente nas regiões leste e sudeste do território paulista. Embora a maior concentração de florestas plantadas ocorra nessas regiões, o quadro geral de disponibilidade de madeira no Estado de São Paulo é pessimista. 2 - A curto prazo a disponibilidade de biomassa florestal é traduzida apenas pelos resíduos da exploração, cujo potencial energético (3,3 milhões de TEOC) possibilitaria substituir até 1990, cerca de 3,3% ao ano do óleo combustível demandado pelo parque industrial paulista; 3 - As indústrias que utilizam a madeira de florestas plantadas como matéria prima têm mais condições de aproveitar os resíduos como fonte de energia, podendo substituir, até 1990, cerca de 46% do consumo previsto de óleo combustível; 4 - Os reflorestamentos estabelecidos nas áreas de influência poderão oferecer um total acumulado de 53 milhões de estéreos durante a década. De outro modo, como insumo energético, as áreas de influência produzirão 4,4 milhões de TEOC no período, o que permitiria substituir 4,6% ao ano do óleo combustível consumido pelas indústrias paulistas; 5 - A biomassa florestal reúne condições favoráveis para substituir o óleo combustível industrial. Entretanto, face aos custos de produção, de transporte e ao elevado preço da terra no Estado de São Paulo, altos níveis de produtividade devem ser obtidos para viabilizar economicamente a produção florestal; 6 - O cenário florestal paulista clama pela intervenção governamental no sentido de reativar o reflorestamento estadual, cujas taxas anuais de plantio foram deprimidas desde 1973. Medidas de curto, médio e longo prazos, tais como preços mínimos para madeira e incentivos fiscais ajustados à realidade florestal paulista, devem ser implementadas para assegurar o abastecimento de matéria prima industrial e suportar a demanda por madeira com fins energéticos. |