Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Prado Junior, Benedito de Pina Almeida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17153/tde-12112019-100212/
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Resumo: |
A transfusão de concentrado de hemácias (CH) representa a principal terapia no manejo das complicações da doença falciforme, aumenta a massa eritrocitária circulante, melhora a perfusão tecidual, interrompe o ciclo patológico vasoclusivo-hemolítico e suprime a hematopoese. Sobrecarga de ferro, aloimunização, doenças transmissíveis pelo sangue e hiperviscosidade são os eventos adversos que moderam o seu uso. A transfusão de troca manual reduz a sobrecarga de ferro e evita a hiperviscosidade, mas aumenta o consumo de hemácias. A transfusão de troca automatizada (RBCX) é mais eficaz que a manual no controle da concentração da hemoglobina S (HbS) e na profilaxia da sobrecarga de ferro, mas amplifica esse consumo. Suas principais limitações decorrem do incremento dos riscos associados à elevada exposição a diferentes doadores: a aloimunização e as doenças infecciosas. Visando reduzi-los, adotamos o uso de concentrado de hemácias (CH) duplas, obtidos por aférese, de doadores de repetição vinculados aos receptores, associados a duas modalidades distintas de trocas automatizadas, a depleção isovolêmica (DI) seguida de transfusão, duas fases (2P), e a DI e troca isovolêmica seguidas de transfusão, três fases (3P). Analisamos retrospectivamente os resultados Comparamos o consumo de hemácias entre cada troca realizada em 2P ou 3P com uma troca automatizada de uma única fase (1P) simulada no sistema de aférese Spectra Optia, partindo das mesmas condições iniciais para os mesmos resultados finais de hematócrito (Ht) e concentração de HbS. Verificamos a exposição a diferentes doadores obtida pela adoção dessas estratégias combinadas e estimamos sua redução. Resultados: 20 pessoas tiveram 197 sessões incluídas no estudo, sendo 98 (2P) e 99 (3P). Consumo de hemácias, medianas, mL: 1P vs 2P (474 vs 344) e 1P vs 3P (1076 vs 692), ambas com p<0,0001. Em relação à 1P, este consumo foi reduzido em 28,2% e 33,5%, mediana e média, respectivamente, para 2P e 3P. HbS, %: pré-2P 41,6% (20,5 a 69,5); pós-2P 24,7% (13,1 a 45,4), pré-3P 44,8% (±11,3) e pós-3P 17,1% (±6,3). Ht, %: pré-2P 28,6% (25,5 a 35,4), pós-2P 28,2 (23,3 a 31,7), pré-3P 29,3% (23,2 a 34,3) e pós- 3P 29,6% (26,2 a 33,6). No total, foram consumidos 600 CH de 333 doações de 155 diferentes doadores. Médias de consumo de CH por procedimentos: 2,0 U (2P) e 4,1 U (3P). Média da exposição a doações e doadores por procedimento: 1,1 (2P) e 2,3 (3P). A redução da exposição potencial a diferentes doadores foi de 74,2%. Eventos adversos: 8/197 (4%) procedimentos, em 3/20 (15%) pacientes, sem gravidade, nenhuma nova aloimunização ou evidência clínica de novo acidente vascular cerebral. Depleção plaquetária, %: 2P 20,6% (- 53,8 a 44,2) e 3P 49,2 (-14,5 a 70,1). Ausência de contagem de plaquetas pós-aférese inferior a 100 x 103/?L. Em relação à técnica de 1P, as técnicas em 2P e em 3P proporcionaram redução extremamente significante do consumo de hemácias e foram bem toleradas. A utilização de CH dupla de doadores de repetição vinculados reduziu drasticamente a exposição a diferentes doadores e foi viável a longo prazo, o que pode contribuir para ampliar as indicações de RBCX |