Tratamento precoce do choque séptico com dexametasona: monitorização comparativa com proteína C-reativa e proteína amilóide A sérica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cicarelli, Domingos Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5152/tde-14102008-102948/
Resumo: INTRODUÇÃO: Sepse e choque séptico são doenças comuns em pacientes gravemente enfermos, evoluindo muitas vezes com síndrome de disfunção de múltiplos órgãos (SDMO) e morte. Este trabalho investiga a eficácia da administração precoce de dexametasona em evitar a progressão do choque séptico para SDMO e morte e o comportamento da proteína amilóide A sérica (SAA) e da proteína C-reativa (PCR) como marcadores da evolução e gravidade dos pacientes em choque séptico no período pós-operatório. MÉTODOS: Estudo prospectivo, aleatório, duplamente encoberto, realizado na Unidade de Terapia Intensiva pós-operatória do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com 29 pacientes que no período pós-operatório evoluíram com choque séptico. Os participantes foram divididos de forma aleatória em dois grupos, de acordo com a solução administrada: dexametasona 0,2 mg/kg (grupo D) ou placebo (grupo P), repetidas a cada 36 horas. Os pacientes foram acompanhados durante sete dias de internação na UTI através do escore SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) e dosagens séricas diárias de PCR, SAA e lactato. RESULTADOS: Os pacientes do grupo D, quando comparados aos pacientes do grupo P, permaneceram mais dias sem necessidade do uso do vasopressor (respectivamente 2,9±2,7 e 0,7±0,6, p=0,01) e mais tempo livre de ventilação mecânica (respectivamente 2,6±2,5 e 0,6±0,5, p=0,03). A mortalidade no grupo P foi de 67% (10 em 15) e no grupo D foi de 21% (3 em 14) (Risco Relativo=0,31, IC95% 0,11-0,88). Os valores de PCR e SAA apresentaram forte correlação durante o período de observação (R=0,91/p=0,002). PCR e SAA não tiveram correlação com o escore SOFA (respectivamente R=0,71/p=0,05 e R=0,52/p=0,18), nem com o lactato (p=0,88 e p=0,67). CONCLUSÕES: O tratamento precoce com dexametasona nos pacientes com choque séptico reduziu a mortalidade em 7 dias de acompanhamento. Os níveis séricos de PCR e SAA apresentaram-se elevados nos pacientes em choque séptico e tiveram forte correlação, porém não foram preditores de disfunção orgânica nem de mortalidade.