Papel do nervo esplâncnico na regulação imunológica em um modelo de peritonite séptica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ferreira, Gabriela Carvalho Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-09102023-100420/
Resumo: Sabe-se que os nervos autônomos regulam o sistema imunológico, mas embora o papel do nervo vago na imunorregulação tenha sido extensivamente investigado, há poucas informações sobre os papéis desempenhados pelos nervos simpáticos. Neste trabalho avaliamos se e como os nervos esplâncnicos simpáticos regulam a defesa do hospedeiro em um modelo de peritonite em ratos. A denervação esplâncnica bilateral (SplancX) ou cirurgia simulada (Sham) foi realizada uma semana antes do desafio com E. coli . O desafio consistia em uma gaze enriquecida com E. coli implantada no peritônio. Carga bacteriana, infiltração de leucócitos e marcadores de disfunção orgânica foram avaliados. A carga bacteriana foi maior no sítio primário de infecção (peritônio), seguido pelo baço e pulmões. Em comparação com os ratos Sham, os ratos SplancX foram mais eficientes na eliminação de bactérias no baço e no sítio primário da infecção quando E. coli foi administrada na dose de 1x104/rato. No entanto, quando E. coli foi administrada em uma dose mais alta, 1x106/rato, a denervação reduziu a carga bacteriana somente no baço. A eficácia do sistema imune nos ratos SplancX não foi promovida pela migração aumentada de leucócitos, pois os grupos não diferiram em relação ao número de células CD45+/RP1+/CD68- (neutrófilos) ou células CD45+/RP1-/CD68+ (macrófagos) no peritônio, pulmões ou baço. Possivelmente está envolvido o aumento dos mecanismos microbicidas de neutrófilos ou macrófagos. Nossa hipótese é que o aumento da atividade microbicida poderia vir com o custo de aumento dos danos colaterais dos órgãos. No entanto, os resultados revelaram que, em comparação com a cirurgia simulada, o SplancX não aumentou os níveis de marcadores de lesão de órgão estabelecidos. Deve-se considerar, no entanto, que os níveis de tais marcadores não estavam muito acima dos valores de referência no período de tempo do experimento (24 horas). Os dados revelam um papel supressivo dos nervos esplâncnicos no clearance bacteriano. Este papel não foi relacionado a mudanças na infiltração de tecidos por neutrófilos e macrófagos dentro de 24 horas após a infecção. Presumivelmente, estão envolvidas alterações na atividade microbicida desses leucócitos. A melhora na eliminação bacteriana na ausência dos nervos esplâncnicos não resultou em dano colateral aumentado, mas tais custos podem se tornar evidentes em outros contextos, como em uma infecção prolongada.