Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Neves, Lucas Amâncio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-13062024-141710/
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Resumo: |
A interação entre presa e predador é um dos principais impulsionadores da evolução fenotípica. Sapos Bufonidae apresentam secreções tóxicas em glândulas especializadas que os tornam indigestos ou mesmo letais para muitos predadores. No entanto, algumas serpentes desenvolveram mecanismos de resistência contra estas toxinas. Uma hipótese que explica tal resistência baseia-se na ação dos hormônios adrenérgicos, que estimulam a síntese de Na+, K+-ATPase no músculo cardíaco, atenuando os efeitos tóxicos. A presença desse mecanismo tem sido relacionada a alterações morfológicas na anatomia da glândula adrenal. Glândulas grandes parecem estar associadas a altos níveis de bufofagia. No entanto, esta hipótese nunca foi testada utilizando métodos comparativos filogenéticos baseados em uma amostragem abrangente. Além disso, estudos histológicos para compreender as relações da glândula a esse mecanismo de defesa permanecem ausentes. Aqui, testamos a correlação entre a dieta e a anatomia adrenal através da avaliação de uma amostragem abrangente de Dipsadidae. Adicionalmente, realizamos a descrição morfológica das glândulas de quatro espécies serpentes bufófagas e não bufófagas, a fim de fornecer uma base de dados que permitam compreender as alterações morfológicas e funcionais relacionadas à bufofagia. Para isso, estimamos uma árvore filogenética de máxima verossimilhança e classes de dieta para todas as espécies analisadas e avaliamos através de métodos filogenéticos comparativos a associação entre tamanho da glândula e bufofagia. Nas análises histológicas, foi utilizado protocolo padrão de historesina e diferentes métodos histoquímicos. Nossos resultados indicam forte correlação entre o aumento adrenal e a bufofagia, mas também apontam a existência de sinais filogenéticos. As glândulas adrenais aumentadas estão restritas a grupos específicos de serpentes bufófagas, o que reforça também a presença de outros mecanismos envolvidos nos processos de resistências. Divergências morfológicas nas proporções teciduais também foram constatadas e podem estar atreladas a fatores influenciadores da estrutura tecidual, como a bufofagia ou representar sinais filogenéticos, assim como a anatomia. Para confirmar essas hipóteses, são necessários estudos mais detalhados sobre a morfologia da glândula adrenal. |