Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Rente, Renata Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-09092019-144618/
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Resumo: |
Essa tese é dedicada ao estudo do romance Essa Terra, do escritor Antônio Torres, que dramatiza o conflito entre as expectativas positivas em relação ao progresso e o modo como este se impõe com violência gerando crises agudas, sofrimento, loucura e morte. O desfecho da trajetória de Nelo, personagem que depois de vinte anos vivendo em São Paulo retorna à terra natal e se suicida, suscita uma série de indagações acerca do sentido do processo social do qual a migração é momento. Mais do que uma leitura temática, propomos examinar na construção formal do romance alguns aspectos que lhe imprimem uma configuração trágica, e permitem apreender a complexidade da experiência que ele formaliza, bem como os vínculos dessa experiência com um processo mais geral de formação da sociabilidade capitalista, considerando a particularidade que esse processo assume na formação nacional brasileira. Esse exame se concentra nas estratégias narrativas mobilizadas para a construção da trama, identificando e acompanhando um movimento gradual de aproximação do narrador Totonhim com os personagens do irmão, do pai e da mãe, por meio do qual podemos reconhecer a posição implicada do personagem que narra, de modo a redimensionar os conflitos que ele apresenta a partir da posição fixa dos outros personagens e daquilo que eles personificam. Esse movimento permite abarcar o modo como os personagens vivenciam esses conflitos tanto externa quanto internamente, configurando uma experiência que podemos reconhecer como trágica à medida que recompomos os vínculos entre sua dimensão pessoal e social. Destacamos, em especial, a presença da culpa para examinar de que modo o romance dramatiza a constituição fetichista do sujeito moderno, ao mesmo tempo dotado e destituído de autonomia, aspecto que nos parece decisivo para apreender a especificidade da forma de dominação capitalista e da experiência trágica que nos é contemporânea. |