Ações educativas em saúde da criança: concepções e práticas profissionais em uma unidade de saúde da família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Carvalho, Ana Paula Alves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7133/tde-20052009-111929/
Resumo: A Promoção da Saúde representa um novo paradigma para a estruturação do cuidar e organização dos serviços da saúde visando à superação das práticas puramente curativas pelas que trabalham com os determinantes do processo de saúde-doença. Nesta visão, as ações educativas são indissociáveis das ações de saúde e devem possibilitar o empoderamento dos sujeitos. No Brasil, o Programa de Saúde da Família (PSF) surge em 1997 como uma estratégia de reversão do modelo de assistência à saúde vigente para a efetivação deste paradigma dentro Sistema Único de Saúde. Assim, este trabalho objetivou analisar o processo educativo estabelecido por equipes de saúde da família na atenção à saúde da criança. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa de estudo de caso fundamentada na Pedagogia Libertadora de Paulo Freire. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semi-estruturadas com enfermeiras e médicos de uma Unidade Básica de Saúde do PSF da região do Butantã; essas foram sistematizadas a partir da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. A análise dos dados indica a presença de uma diversidade de concepções e práticas de educação em saúde da criança, que abarcam desde uma visão de educação em saúde como uma prática democrática que visa o empoderamento dos sujeitos, a uma visão desta como transferência de informações de saúde do trabalhador para as famílias. Contudo, a maior parte da prática de educação em saúde da criança ocorre nas consultas individuais e tem por base a orientação para o cuidado, o que, muitas vezes, centra-se na prescrição e exposição de informações. Assim, a educação em saúde da criança no PSF identifica-se muito mais com o modelo biomédico de atenção a saúde, não contribuindo para o aumento do controle das famílias sobre o seu processo saúde-doença, nem para a emancipação dos sujeitos necessária a transformação social. A incorporação de processos educativos mais democráticos e coerentes com a promoção da saúde na realidade do PSF, necessita de uma formação permanente dos trabalhadores neste referencial e de uma reformulação do processo de trabalho