Avaliação cardiorrespiratória dos efeitos da anestesia inalatória em capivaras (Hydrocoaerus hydrochaeris) submetidas à cirurgia contraceptiva pela técnica convencional e videocirurgia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rego, Mario Antonio Ferraro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-15032022-081541/
Resumo: A capivara é um roedor e potencial disseminador da Febre Maculosa Brasileira. Por se adaptar facilmente a diversos ambientes (principalmente áreas urbanas) e possuir alta capacidade reprodutiva, o controle populacional de alguns grupos de capivara pode se fazer necessário, sendo que os métodos mais adequados, considerando-se as características hierárquicas da espécie e a patogenia da febre maculosa, são a vasectomia e ligadura tubária. Sabendo-se das dificuldades na manutenção anestésica, da limitada literatura relacionada à anestesia nessa espécie e que as técnicas videolaparocópicas geralmente apresentam vantagens sobre as correspondentes abertas convencionais, objetiva-se avaliar a utilização da anestesia inalatória para os procedimentos de salpingectomia e deferentectomia em capivaras submetidas a duas diferentes abordagens pela técnica convencional e por videocirurgia. Foram empregadas 16 capivaras que foram contidas quimicamente com a associação de cetamina (6,8 ± 1,6 mg/kg) associada à dexmedetomidina (7,9 ± 2 mcg/kg); a indução da anestesia foi realizada com propofol e a manutenção da anestesia foi realizada com isofluorano associado ou não a fármacos analgésicos. Os animais foram distribuídos em dois grupos, de acordo com a técnica cirúrgica empregada: GA - técnica convencional de cirurgia e GV - técnica por videocirurgia. Foram avaliadas as variáveis de frequência cardíaca (FC) e ritmos cardíacos, pressão arterial sistólica (PAS), temperatura retal, frequência respiratória (ƒ), a tensão de dióxido no final da expiração (ETCO2) bem como as concentrações inspiradas e expiradas de isofluorano, a saturação da oxihemoglobina no sangue periférico (SpO2) nos momentos Basal, Incisão de Pele, Tracionamento, Sutura e Final. O débito cardíaco (DC) foi avaliado por meio do ecodoppler no momento prévio ao início da anestesia inalatória, após o término do primeiro lado da cirurgia e ao final do procedimento cirúrgico. Foram coletadas amostras de sangue arterial no momento após a captura, anterior a oxigenação, anterior a intubação e ao término do procedimento cirúrgico, para obtenção dos valores de potencial hidrogeniônico (pH), pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial (PaCO2- mmHg), pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO2- mmHg), concentração plasmática de íon bicarbonato (HCO3- - mmol/L), e déficit de base (BE - mmol/L). O protocolo de contenção química proposto proporcionou grau de relaxamento e contenção satisfatórios, permitindo coleta de amostras sanguíneas e instrumentação dos animais para os procedimentos cirúrgico e anestésico. Em relação ao procedimento cirúrgico, a técnica convencional interferiu menos na dinâmica anestésica, apesar de não haverem diferenças significativas entre os parâmetros hemogasométricos, PAS, PAM, PAD, fração expirada de isofluorano e débito cardíaco, o monitoramento e a necessidade de diminuir a pressão intra-abdominal evitando assim um comprometimento maior da hemodinâmica animal se faz necessário. Houve diferença principalmente em relação à frequência respiratória, porém os animais do grupo GV requereram maior necessidade de ventilação mecânica (P = 0,01328). Também não houve diferença entre os grupos em relação ao requerimento de fentanil (P = 1). Com os dados obtidos pelo referido estudo foi possível observar a importância da utilização de anestesia inalatória para a espécie em procedimentos invasivos de longa duração, permitindo maior estabilidade durante o período trans-cirúrgico sem a necessidade de reaplicação farmacológica.