Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Serafim, Mirela Barros |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-01042024-105204/
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Resumo: |
O monitoramento da saúde nos assentamentos precários é uma estratégia útil para a redução das desigualdades na cidade, uma vez que os efeitos de vizinhança são mais intensos nessas áreas. Os índices de vulnerabilidade socioambiental são ferramentas importantes para monitorar e entender as desigualdades em saúde. No Brasil, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) tem sido a medida composta mais utilizada para caracterizar o contexto socioeconômico intraurbano. No entanto, a adequação do IDH-M para estudos na área da saúde é limitada devido à redundância matemática produzida por sua dimensão de longevidade nos modelos de regressão estatística. Além disso, o IDH-M não incorpora as condições da moradia e as características físicas do seu ambiente de entorno. Os dados de mortalidade infantil representam a capacidade da sociedade em oferecer condições mínimas para o desenvolvimento de crianças menores de um ano. A segmentação da mortalidade infantil no período pós-neonatal auxilia na identificação dos efeitos do local de residência, ao eliminar os óbitos ocorridos no período neonatal, os quais estão relacionados, em grande parte, aos efeitos da qualidade dos serviços de assistência ao parto. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo compreender a associação entre o contexto socioambiental e os padrões espaciais dos resultados de saúde no Município de São Paulo, especialmente os padrões espaciais dos riscos relativos das mortalidades infantil e pós-neonatal, com foco nos seus assentamentos precários. Com base no referencial teórico sobre saúde, o Índice Socioambiental (ISA) foi desenvolvido, considerando dois subíndices, o Índice Socioeconômico (ISOC, composto pelas dimensões \"renda\", \"pobreza\", \"educação\", \"riqueza\", \"mobilidade\" e \"segregação\") e o Índice do Ambiente (IAMB, composto pelas dimensões \"habitação\" e \"infraestrutura de serviços urbanos e meio ambiente\"). Os índices foram desenvolvidos por meio da Análise de Componentes Principais para as 1.593 Unidades de Desenvolvimento Humano do Município de São Paulo. Os riscos relativos de mortalidade infantil e pós-neonatal foram obtidos por meio de técnica de varredura espacial, considerando a covariável sexo. Para analisar a aplicabilidade dos índices para as pesquisas de saúde nos assentamentos precários, foi realizada uma comparação de postos médios entre as tipologias de assentamentos urbanos (favelas, loteamentos irregulares, núcleos urbanizados, cortiços e cidade formal). O potencial dos índices na explicação dos riscos relativos das mortalidades infantil e pós-neonatal foi avaliado por meio dos modelos Mínimos Quadrados Ordinários, Regressão Geograficamente Ponderada e Regressão Multiescalar Geograficamente Ponderada (OLS, GWR e MGWR, nos acrônimos em inglês, respectivamente). Além disso, para avaliar a aplicabilidade dos índices para o estudo da saúde em pequenas áreas, os mesmos métodos foram desenvolvidos utilizando cada índice como variável explicativa individual e a taxa de envelhecimento como variável dependente. O ISOC e o IAMB foram internamente consistentes (alfa de Cronbach de aproximadamente 0,7 para ambos os índices). O grupo de tipologias de assentamentos urbanos apresentou diferenças socioambientais e de saúde significativas. Todavia, os testes post hoc indicaram que os índices não identificaram diferenças significativas entre os cortiços e a cidade formal e nem entre os loteamentos irregulares e os núcleos urbanizados. Os resultados dos testes post hoc também mostraram que os riscos relativos das mortalidades infantil e pós-neonatal diferiram significativamente entre a cidade formal e os loteamentos irregulares. No caso do risco relativo de mortalidade infantil, os resultados também diferiram significativamente entre a cidade formal e as favelas. Diferentes técnicas aplicadas neste estudo apontaram para a importância da inclusão das variáveis relacionadas à moradia e ao seu ambiente físico de entorno em índices desenvolvidos para a compreensão de desfechos de saúde. A comparação dos resultados dos modelos GWR e MGWR, entre os modelos que incorporaram as variáveis retidas no ISOC e aqueles que incluíram as variáveis retidas no IAMB como variáveis explicativas, indicou que o segundo conjunto de variáveis explicou uma quantidade adicional entre 33,6% e 37,8% da variação dos riscos relativos das mortalidades infantil e pós-neonatal. Por fim, os índices propostos são úteis para identificar os mecanismos que moldam as desigualdades em saúde e podem contribuir para a destinação local de recursos às comunidades mais vulneráveis |