Áreas de Risco para ocorrência de hanseníase no município de Ribeirão Preto/SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ramos, Antonio Carlos Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-17082017-155107/
Resumo: Em 2015 ocorreram no mundo 210.758 casos novos de hanseníase, representando uma taxa de detecção de 3,2 casos para cada 100.000 habitantes. O Brasil foi o segundo país em número de casos, com um coeficiente de detecção de 14,6 casos por 100.000 habitantes. Uma das principais características epidemiológicas da hanseníase é sua heterogeneidade e desigualdade de distribuição em um local geograficamente definido, o que torna relevante identificar áreas mais suscetíveis que explicam a ocorrência da doença nesses locais. Objetivo: Identificar áreas de maior e de menor risco para a ocorrência de hanseníase em Ribeirão Preto/SP. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, realizado no município de Ribeirão Preto/SP, em que foram considerados os casos de hanseníase notificados no SINAN no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2013. Para detecção de risco para aglomerados espaciais e espaço-temporais dos casos de hanseníase procedeu-se inicialmente a geocodificação dos casos por meio do software TerraView versão 4.2.2, utilizando como unidade de análise ecológica o setor censitário urbano. A técnica de estatística de varredura foi processada controlando- se a ocorrência de casos pelo tamanho da população dos setores censitários, por sua distribuição etária e do sexo, com vistas a detecção de aglomerados no espaço e no espaço-tempo de alto e baixo risco relativo (RR) com seus respectivos intervalos de confiança em 95%. Fixou-se erro tipo I em 5% (p<0,05) como estatisticamente significativos. A técnica de varredura foi processada no software SaTScan 9.4 e os mapas temáticos contendo o RR dos aglomerados foram feitos por meio do software ArcGIS 10.1. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP (nº 44637215.0.0000.5393). Resultados: Foram notificados 434 casos de hanseníase no período de investigação, dos quais 392 casos foram geocodificados (95%). A análise de varredura dos casos de hanseníase possibilitou a detecção de dois aglomerados espaciais estatisticamente significativos (p<0,05), no qual um aglomerado de alto risco (RR=3,41; IC95%: 2,721-4,267; p=0,000), e um de baixo risco (RR=0,41; IC95%: 0,326-0,528; p=0,000). Na análise espaço-temporal, foram identificados três aglomerados estatisticamente significativos (p<0,05), sendo dois de alto risco (RR=24,35; IC95%: 11,133-52,984; p=0,006), (RR=15,24, IC95%: 10,114-22,919; p=0,000) ocorridos no período de 2012 a 2012 e 2012 a 2013, respectivamente; e um aglomerado de baixo risco (RR=0,35; IC95%: 0,252-0,485) no período de 2008 a 2011. Conclusões: O estudo possibilitou a identificação das áreas de maior e menor risco para o acometimento pela hanseníase. Os locais com maior RR situam-se nos distritos de saúde Norte, Oeste e Central, caracterizados por apresentar os piores indicadores socioeconômicos do município, com carências em habitação, renda, escolaridade e acesso a serviços de saúde, o que evidencia a desigualdade social no local sob estudo