Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Soares, Carla Regina Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-12072021-174547/
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Resumo: |
A Política Nacional de Assistência Social reconheceu a família como \"sujeito de direitos\" e a instituiu como uma das principais diretrizes para a proposição dos projetos, programas, serviços e benefícios socioassistenciais no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Desde então, o Trabalho Social com Famílias tem se configurado como elemento central das ações desenvolvidas pelas trabalhadoras sociais, principalmente no nível da Proteção Social Básica. Esta pesquisa-ação teve como objetivo principal contribuir com a construção compartilhada de conhecimentos e estratégias de desenvolvimento do Trabalho Social com Famílias no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), a partir de um espaço coletivo de reflexão, discussão e articulação junto a trabalhadoras de CRAS. Para tanto, foram realizadas oito oficinas de reflexão com a participação de 10 trabalhadoras do SUAS vinculadas aos CRAS da zona leste de São Paulo, entre novembro de 2018 e junho de 2019. Ao final do processo, o grupo compilou a experiência em um material escrito, intitulado Memória das Oficinas de Reflexão, e organizou o I Encontro dos(as) Trabalhadores(a) de CRAS sobre Trabalho Social com Famílias. A leitura e interpretação do percurso foi realizada como continuidade às discussões e reflexões produzidas ao longo das oficinas, em torno de dois eixos: o primeiro explicitou as dificuldades e os desafios de ser trabalhadora da política de assistência social no contexto atual e o segundo elencou as principais características e nuances do trabalho social com famílias realizado pelas trabalhadoras. As oficinas de reflexão evidenciaram que as trabalhadoras de CRAS atuam sob a constante tensão entre a defesa das demandas e lutas por direitos da população usuária e as premissas da sociedade capitalista que fundamentam a política de assistência social, como uma estratégia de controle e manutenção da ordem social. A atuação nesse cenário de contradições, além de gerar intenso sofrimento e dificultar a construção da identidade profissional, mina as possibilidades de construção de identidades coletivas, repercutindo negativamente na organização política do conjunto de trabalhadoras. À luz da Psicologia Social Comunitária, afirmamos a importância da participação das trabalhadoras em formas coletivas de organização que colaborem com a elucidação das condições adversas e atuem em favor da não culpabilização das trabalhadoras pelo seu sofrimento e adoecimento. No mesmo sentido, o Trabalho Social com Famílias se apresenta como possibilidade de explorar as contradições inerentes à política de assistência social, com vistas à ampliação do acesso da população à informação e aos direitos sociais e à construção de consciência crítica e de organização coletiva. Por fim, propomos a ampliação da perspectiva do trabalho social com famílias para uma dimensão comunitária, pautada pelo diálogo e com o intuito de fomentar espaços de participação que fortaleçam a luta por acesso aos direitos sociais. O encontro de trabalhadoras e a valorização dos saberes individuais, do diálogo e das trocas evidenciaram uma estratégia potente para a reflexão sobre a prática cotidiana de trabalho social, o fortalecimento das trabalhadoras do SUAS e a construção compartilhada de conhecimento |