A interpretação (revelar e esconder sentidos): articulações entre análise do discurso e psicanálise lacaniana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Laureano, Marcella Marjory Massolini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-25082008-194600/
Resumo: Partindo do conceito de interpretação, o objetivo desse estudo é promover possíveis articulações entre duas disciplinas indiciárias, a análise do discurso pechêutiana (AD) e a psicanálise lacaniana. Os trabalhos de Pêcheux em AD e os de Lacan em psicanálise trazem uma posição distinta para conceitos cruciais desta pesquisa. Utilizou-se também os trabalhos de Authier-Revuz sobre a heterogeneidade discursiva, teoria na qual se articulam AD e psicanálise, sobretudo nas questões referentes ao Outro e a produção do discurso. Junto à teoria, adotou-se a análise de narrativas orais de ficção com o intuito de apontar como a interpretação em AD e em psicanálise podem contribuir para o avanço do paradigma indiciário e também para fazer retornar na análise de dados a teoria, numa constante checagem de conceitos. Viu-se, nas análises realizadas, uma junção de conceitos centrais destas duas disciplinas tais como ideologia, desejo, inconsciente e Outro. Há ainda, pontos onde a AD avança e a psicanálise pára. A AD deixa de lado o inconsciente e concentra-se no papel social do sujeito e de seu dizer, porém sabe-se que a questão do inconsciente é apenas deixada de lado, mas sempre está presente nos trabalhos de Pêcheux (como no caso dos dois esquecimentos). Já a psicanálise, por sua vez, deixa de lado o que é externo ao discurso, não contemplando o papel exercido pela ideologia sobre o sujeito, por exemplo. Tais constatações apontam para uma harmonia entre a interpretação em AD e em psicanálise, que têm como produto final o chamado analista psicanalítico-discursivo. Esse novo analista se utiliza de pontos de aproximação entre a AD e a psicanálise posicionando-se diante de um discurso que é marcado pelos deslizes do sujeito do inconsciente e do sujeito da ideologia. Conclui-se assim que não há o nascimento de uma nova teoria. O que há é uma nova postura teórica que visa dar aos dados em ciências humanas e, particularmente àquelas que se ocupam do dizer, um modo mais \"completo\" de se abordar questões ligadas ao desejo do sujeito e sua posição na sociedade em que vive. Um modo mais \"completo\" que se vê sem dúvida incompleto, tão incompleto quanto os sujeitos e dizeres que analisamos.