Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Maia, Fernando Henrique de Albuquerque |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-27022025-154532/
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Resumo: |
O câncer de pulmão é o quarto tipo mais comum no Brasil, representando um desafio significativo para o sistema de saúde. A radioterapia ablativa estereotáxica (SABR) tem sido recomendada como o tratamento padrão-ouro para o câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC) em estádios iniciais, especialmente em pacientes inoperáveis ou que recusam a cirurgia. No entanto, o custo-efetividade dessa técnica ainda não está bem estabelecido, e sua disponibilidade no Sistema Único de Saúde (SUS) é limitada. Este estudo visa avaliar o custo-efetividade da SABR em comparação com a radioterapia convencional (CRT) para o tratamento de CPNPC em estádios iniciais, sob a perspectiva de um hospital terciário especializado no tratamento de câncer no estado de São Paulo e do SUS. Uma revisão sistemática foi conduzida para avaliar a evidência existente sobre o custo-efetividade da SABR em comparação à CRT. A revisão envolveu a busca em 20 bancos de dados e registros. Foram recuperados 1.190 registros, dos quais 9 estudos foram considerados elegíveis para inclusão na análise. A análise dos estudos revelou que a SABR foi considerada dominante ou custo-efetiva em comparação com outras técnicas de radioterapia. Entretanto, a qualidade das evidências foi considerada baixa em alguns parâmetros cruciais, como sobrevida e recorrência. Uma análise econômica parcial foi realizada utilizando o método de microcusteio time-driven activity-based costing (TDABC) em um hospital público em São Paulo-SP. Os resultados indicaram que o tratamento com a SABR é significativamente mais barato que a CRT. O custo do tratamento com a SABR em 5 sessões foi de R$4.447,71, enquanto o tratamento com a CRT em 30 sessões foi de R$7.517,31. Considerando a depreciação dos equipamentos, o custo da SABR aumentou para R$5.933,49, ainda inferior ao custo da CRT, que foi de R$11.683,54. Para avaliar o custo-efetividade das duas técnicas, foi construído um modelo de Markov, utilizando QALYs (Quality-adjusted life years) como medida de efetividade. Foram realizadas análises em três cenários diferentes, e em todos eles a SABR foi considerada dominante, ou seja, apresentou menor custo e maior efetividade em comparação com a CRT. No cenário base, o custo total da SABR foi de R$27.691,17, enquanto o custo da CRT foi 11,6% maior, atingindo R$30.910,61. Em termos de efetividade, a SABR alcançou 6,29 QALYs, enquanto a CRT obteve 5,49 QALYs, uma diferença de 13% a favor da SABR. Os resultados deste estudo indicam que a SABR deve ser a técnica recomendada para o tratamento de CPNPC em estádios iniciais, sempre que disponível. A SABR se mostrou uma estratégia dominante em comparação com a CRT em 94% das simulações, o que reforça a sua viabilidade financeira no contexto do SUS. Esses achados sugerem que a inclusão da SABR na política de saúde nacional pode otimizar o uso de recursos públicos e melhorar o acesso a tratamentos de alta qualidade para pacientes com câncer de pulmão |