Ecologia e controle de ácaros (Acari) da seringueira (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) no estado de Mato Grosso

• Ano de defesa: 2002
• Autor(a) principal: Ferla, Noeli Juarez
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: ACARICIDAS; ÁCAROS PARASITOS DE PLANTAS; CONTROLE; ECOLOGIA; INSETOS PREDADORES; SERINGUEIRA
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20200111-153724/

Este trabalho se refere a estudos de espécies acarinas na cultura da seringueira, nos municípios de Itiquira e Lacerda, ambos localizados no Estado do Mato Grosso. Foi estudada a distribuição de Calacarus heveae Feres em seringueira, selecionada uma unidade de amostragem mais representativa e desenvolvido um plano de amostragem para o estudo da flutuação populacional de C. heveae. Para conhecer as espécies acarinas presentes na seringueira em Mato Grosso foram feitas mensalmente avaliações em 6 clones suscetíveis a C. heveae. Em Itiquira, foram escolhidos os clones PB 260 e PR 255, e, em Pontes e Lacerda, os clones IAN 713, IAN 873, FX 3864 e RRIM 600. Para os clones PB 260 e IAN 873, as amostragens foram realizadas de agosto de 1998 a julho de 2000; para os clones PR 255, IAN 713, FX 3864 e RRIM 600, as coletas foram realizadas de agosto de 1999 a julho de 2000. Foi encontro um total de 4270 ácaros pertencentes a 12 famílias no municípios. Em Itiquira, a espécie mais frequente foi C. heveae e em Pontes e Lacerda, foi Phyllocoptruta seringueirae Feres. A biologia de C. heveae foi estudada em câmara climatizada de 28±1°C na fotofase (12h), 25±1°C na escotofase (12h), e umidade relativa de 90±5%. Dicofol, endosulfan, formetanate, metomil, monocrotofós, óxido de fenbutatina e propargite causaram alta mortalidade de C.heveae nas duas concentrações testadas, enquanto que acefato, nas duas concentrações testadas, foi o único agroquímico a provocar baixa mortalidade de C.heveae. Apenas dicofol, nas duas concentrações testadas, causou alta de Tenuipalpus heveae Baker. Dentre os predadores mais comuns encontrados na cultura da seringueira, Agistemus floridamus Gonzalez demostrou aceitar uma variedade maior de alimento. Este foi o único predador a apresentar alta oviposição quando alimentado com C. heveae e T. heveae. Euseius concordis (Chant) e A. floridanus apresentaram aproximadamente os mesmos níveis de oviposição quando alimentados com pólen,chegando com pólen, chegando a 1,0 ovo/fêmea/dia. Neoseiulus anonymus (Chat & Baker) apresentou maior oviposição que os demais predadores quando alimentado com Oligonychus gossypii (Zacher) e Tetranychus mexicanus (McGregor). A biologia de A. floridamus foi estudada a 25±1°C, fotofase de 12 horas e umidade de 80±5%. A maioria dos parâmetros biológicos foi diferente entre as fêmeas acasaladas e não acasaladas. Observou-se pela taxa líquida de reprodução (R°) que A. floridamus tem uma capacidade de aumento de 13,2 vezes em cada geração, com duração média de uma geração (T) de cerca de 19,2 dias. A razão intrínseca de incremento populacional (rm) foi de 0,16, enquanto a razão finita de aumento (λ), isto é,o número de fêmeas adicionadas à população foi de 1,1. Nos estudos realizados para definir a seletividade de agroquímicos às espécies E.concordis e N. anonymus, endosulfan a 320 ppm, dicofol a 100 ppm, óxido de fenbutatina a 100 e 320 ppm formam inócuos a E. concordis, enquanto que endosulfan a 320 ppm e dicofol a 100 ppm foram inócuos a N. anonymus.