Doença respiratória exacerbada por aspirina: papel da periostina em pacientes com rinossinusite crônica e polipose nasossinusal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cordeiro, Daniel Loiola
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-18072018-154146/
Resumo: Doença respiratória exacerbada por aspirina, conhecida como AERD (Aspirin exacerbated respiratory disease) é caracterizada por rinossinusite crônica eosinofílica, polipose nasossinusal, asma e hipersensibilidade a aspirina e outros anti-inflamatórios não-esteroidais. Expressão aumentada do biomarcador periostina foi descrita em pacientes com AERD, em tecido nasossinusal, incluindo membrana basal, matriz extracelular e pólipo nasal. Avaliamos níveis de periostina sérica em pacientes com AERD e comparamos com níveis em pacientes com rinite alérgica perene (RAP) e indivíduos saudáveis. Foram selecionados 29 pacientes (20F/9M) com diagnóstico de AERD, dentre aqueles atendidos nos Ambulatórios de Alergia e de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP). Estes pacientes realizaram exames confirmatórios, incluindo teste de provocação oral com aspirina, e foram submetidos a biópsia de pólipos nasais por nasofibroscopia. Como controles, foram selecionados 12 pacientes com RAP (9F/3M) e 23 indivíduos saudáveis (14F/9M). Eosinófilos foram quantificados em sangue periférico e em tecido de pólipo ou mucosa nasal. IgE total foi determinada por ImmunoCAP, e periostina sérica foi medida por ELISA. Número de eosinófilos teciduais por campo de grande aumento (CGA), número de eosinófilos por milímetro cúbico em sangue periférico, níveis de IgE total e de periostina sérica em pacientes com AERD foram comparados aos de pacientes com RAP e indivíduos saudáveis. Pacientes com AERD tinham idade maior (mediana 54 anos, faixa 22-60) que pacientes com RAP (mediana 30 anos, faixa 19-57, p=0,0001) e indivíduos saudáveis (mediana 29 anos, faixa 19-53, p=0,0001), sem diferença entre os sexos. Números de eosinófilos em sangue periférico e em tecido foram mais elevados em pacientes com AERD que em pacientes com RAP e indivíduos saudáveis. A mediana do número de eosinófilos em sangue periférico foi 640eos/µL (faixa 100-5.100); 200eos/µL (faixa 100-500); e 100 eos/µL (faixa 100-400) em pacientes com AERD, RAP e indivíduos saudáveis, respectivamente (AERD versus RAP, p=0,0003; AERD versus indivíduos saudáveis, p=0,01). A média do número de eosinófilos teciduais foi de 113,3células/CGA; 2,5células/CGA; e 0,7células/CGA, respectivamente (AERD versus RAP, p=0,017; AERD versus indivíduos saudáveis p=0,003). A média geométrica da IgE total foi de 290,18kU/L (faixa 59,5-8.140); 69,96kU/mL (faixa 5,5-898); e 43,14kU/mL (faixa 4- 1.328) em pacientes com AERD, RAP e indivíduos saudáveis, respectivamente, sem diferença entre os grupos. Periostina sérica foi mais elevada em pacientes com AERD quando comparados a indivíduos saudáveis. A mediana de periostina sérica foi de 602ng/ml (faixa 290,7-1.055); 535,6ng/mL (faixa 209-733,2); e 496,7mg/mL (faixa 327,4-713,4), em pacientes com AERD, RAP e indivíduos saudáveis, respectivamente (AERD versus indivíduos saudáveis, p=0,01). Em subgrupo de pacientes brasileiros com AERD, observamos elevado número de eosinófilos em sangue periférico e em tecido, quando comparados a pacientes com RAP e indivíduos saudáveis. Níveis mais elevados de periostina sérica foram observados em pacientes com AERD, quando comparados a indivíduos saudáveis, indicando forte resposta do tipo 2 em pacientes com AERD em nosso meio