Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Maia, Flavia de Oliveira Motta |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-24102011-080913/
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Resumo: |
A vulnerabilidade é uma condição presente no envelhecimento que pode se manifestar em diferentes dimensões. Ampliar a discussão sobre esse conceito poderá contribuir com a construção de políticas públicas mais abrangentes e adequadas às necessidades das pessoas idosas. Este estudo teve como objetivo traçar o perfil das condições de vida e saúde dos idosos física e socialmente vulneráveis residentes no Município de São Paulo e a associação dessas condições com os desfechos: declínio funcional, fragilidade e óbito. Esta pesquisa é parte do Estudo SABE - Saúde, Bem-estar e Envelhecimento e caracteriza-se como longitudinal, descritiva, exploratória, analítica e de caráter quantitativo. A amostra compôs-se de 2.143 idosos entrevistados em 2000 dos quais 1.115 foram reavaliados em 2006, sendo a diferença devido à obitos, mudanças, institucionalização, não localização e recusas. As pessoas idosas fisicamente vulneráveis foram identificadas pelo Vulnerable Elders Survey (VES-13), traduzido, adaptado e com suas propriedades de medida analisadas para utilização em nosso meio. Para a avaliação da vulnerabilidade social, utilizou-se o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS). A análise de regressão linear utilizou o Qui-Quadrado de Pearson ajustado pelo Rao Scott para amostras complexas, considerando o nível de confiança de 95%. Os desfechos foram analisados por meio de Regressão Múltipla, utilizando a técnica stepwise forward. A validação do VES-13 mostrou que o instrumento é confiável no que diz respeito à repetibilidade e à consistência interna de suas medidas. A vulnerabilidade física esteve presente em 38,1% dos idosos em 2000 e 52,7% em 2006. A maioria dos idosos residia em contextos de muito baixa e baixa vulnerabilidade social (71,9%). Os idosos fisicamente vulneráveis apresentaram maior distribuição na categoria média, alta e muito alta vulnerabilidade social (43,1% em 2000 e 60,1% em 2006). A vulnerabilidade física foi associada à fragilidade (92,8%; p=0,000), redução da capacidade funcional para atividades de vida diária básicas (65,7%;p=0,000) e instrumentais (57,2%; p=0,000) e óbito (57,2%; p=0,000). A vulnerabilidade social foi associada apenas ao óbito (p=0,014). O idoso fisicamente vulnerável tem maior chance de se tornar frágil (OR=2,61; p=0,000), dependente em atividades básicas (OR=2,48; p=0,001) e instrumentais de vida diária (OR=1,46; p=0,051) e de se tornar socialmente vulnerável (OR=1,50; p=0,005). O idoso socialmente vulnerável tem maior chance de óbito (OR=1,58; p=0,024) e de se tornar fisicamente vulnerável (OR=1,54; p=0,005). Pode-se concluir que existe associação entre vulnerabilidade física e vulnerabilidade social. Os desfechos, declínio funcional e fragilidade foram associados à vulnerabilidade física, e o desfecho óbito mostrou-se associado à vulnerabilidade social. Tais achados reforçam a importância da compreensão da vulnerabilidade nos idosos, permitindo a identificação e a priorização de recursos para o acompanhamento daqueles com maiores possibilidades de desfechos adversos. |