Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Sakaguti, Suely Aparecida Kfouri |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-04052018-104023/
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Resumo: |
Introdução. Fatores de risco para agravos à saúde se alteram no tempo e no espaço. No que diz respeito ao câncer de cabeça e pescoço (CCP), as associações com tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas estão bem estabelecidas. Dados da literatura sugerem que os tipos mais prevalentes de tabaco e álcool numa população estão associados a riscos mais elevados de câncer. No Brasil, poucos estudos epidemiológicos investigaram o efeito de distintos tipos de tabaco e álcool no CCP. Objetivo. Mensurar a razão probabilística de risco para CCP por tipos de tabaco e álcool no consumo não exclusivo (uso de mais de um tipo de tabaco ou bebida alcoólica) e consumo exclusivo (uso de apenas um tipo de tabaco ou bebida alcoólica). Métodos. O presente estudo têm origem em três projetos multicêntricos: Latino-Americano, conduzido de 03/1999 a 12/2001; Genoma Clínico do Câncer realizado de 07/2000 a 08/2011; e o Temático Marcadores de Agressividade em Tumores de Cabeça e Pescoço (GENCAPO), conduzido de 07/2011 a 06/2015. Assim, constituiu-se um estudo caso-controle com dados provenientes de hospitais do Estado de São Paulo. Os casos foram diagnosticados com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço, confirmados histologicamente. Os controles, pacientes com outras doenças que não câncer, foram selecionados em alguns dos hospitais de procedência dos casos. Tanto os casos quanto os controles foram entrevistados por meio de questionários com informações sobre características e hábitos, bem como dados sobre educação e história ocupacional. As associações entre as variáveis tipo de tabaco e tipo de bebidas alcoólicas com CCP, foram estimadas pelo odds ratio (OR) e respectivo intervalo de 95% de confiança (IC 95%) via regressão logística não-condicional, ajustados pelas variáveis de confusão: sexo (feminino, masculino), idade (< 50 anos, 50-59 anos e ≥ 60 anos), escolaridade (superior, intermediário, analfabeto), ocupação (manual qualificado, manual não qualificado e outros), estudos multicêntricos (Latino-Americano, Genoma Clínico do Câncer e GENCAPO), tabagismo (maços-anos total: Nunca fumaram, <20 maços-ano, ≥ 20 e < 40 maços-anos e ≥ 40 maços-anos, para ajuste do efeito do álcool) e consumo de etanol total (Nunca beberam, ≤ 100 Kg, > 100 e ≤ 900 e > 900 kg, para ajuste do efeito do tabaco). Resultados. Os riscos decorrentes do tabagismo foram mais expressivos para hipofaringe particularmente, no padrão não-exclusivo e consumo ≥ 40 maços-ano OR 36,1 (IC95%11,1-117,6); para orofaringe, laringe e cavidade oral, os riscos foram, respectivamente: OR 16,1 (IC95%10,4-24,9); OR 14,2 (IC95% 9,6-21,0); OR 7,4 (IC95% 5,6-10,0). Na condição de consumo exclusivo, para a mesma categoria ≥ 40 maços-ano para cigarro industrializado, os riscos foram discretamente menos intensos: OR 31,9 (IC95% 9,7-104,3); OR 15,4 (IC95% 9,9-24,0); OR 13,1 (IC95% 8,8-19,5) OR 7,1 (IC95% 5,3-9,6), respectivamente, para hipofaringe, orofaringe, laringe e cavidade oral. No consumo de álcool, foram observadas maiores associações de CCP com as bebidas destiladas. Na condição de consumo exclusivo, para orofaringe o nível de consumo de destilados ≥ 2000 Kg induziu OR 39,1 (IC 95% 12,7-121,8) em comparação aos que nunca beberam. O uso simultâneo de tabaco e álcool fez aumentar sensivelmente o risco de CCP: OR 10,5 (IC95% 8,5-13,0). Conclusões. Entre os tabagistas com o padrão não-exclusivo de consumo, os maiores riscos foram observados para hipofaringe. Entre os consumidores de bebidas alcoólicas, os destilados conferiram maiores riscos nos dois padrões de consumo. No consumo de cerveja e vinho, as diferenças na intensidade das associações com CCP tornaram-se evidentes apenas nas categorias de maior consumo. |