Padrão de mobilidade de grupos humanos encontrados no Brasil central durante o Holoceno Inicial: um estudo isotópico sobre a dinâmica ocupacional das paisagens regionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gomes, Lisiane Müller Plumm
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41131/tde-14042021-080959/
Resumo: Lagoa Santa - localizada no centro sul do Estado de Minas Gerais a cerca de 30 km ao norte de Belo Horizonte - é uma região com ricos depósitos paleontológicos e arqueológicos conhecida internacionalmente desde 1840, com os primeiros estudos sendo realizados pelo naturalista dinamarquês Peter Lund. Dentre os aspectos investigados nessas pesquisas, a mobilidade humana costuma ser explorada, majoritariamente, de forma coadjuvante e/ou sob um viés extremamente prático-funcional, limitando a ampliação das dimensões intelectuais que explorem evidências sobre a dinâmica ocupacional das paisagens. Este trabalho utilizou a mobilidade como um elemento central de pesquisa e teve como objetivo investigar o padrão de mobilidade de caçadores-coletores que ocuparam o planalto central brasileiro durante o Holoceno Inicial (11 mil a 8mil anos AP) através das assinaturas isotópicas de estrôncio (87Sr/86Sr). Em específico, os grupos analisados foram encontrados nos sítios da Lapa do Santo e do Grande abrigo de Santana do Riacho, ambos no contexto arqueológico da região de Lagoa Santa - Minas Gerais. Os resultados demonstraram uma grande especificidade nas faixas de valores isotópicos (87Sr/86Sr) nas duas populações, corroborando para grupos humanos que compartilhavam, em maioria, origem geográfica local, com sistemas de assentamento-subsistência focados, principalmente, em recursos locais. A integração dos resultados isotópicos com dados bioarqueológicos e arqueológicos locais disponíveis se mostraram fundamentais para ampliar e permitir análises integrativas sobre padrões comportamentais e de mobilidade intersítios, revelando singularidades e populações com padrões de mobilidade local diferenciadas, demonstrando complexidade social e alguma especificidade para os territórios ocupados.