Edição de genes com Crispr-Cas9 em pacientes distróficos portadores de duplicação fora de fase

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Barbosa, Igor Neves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41131/tde-24052022-142317/
Resumo: Nas últimas décadas, diversas terapias foram desenvolvidas e testadas para tratar a Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), no entanto nenhuma delas foi capaz de aumentar expressivamente a qualidade ou expectativa de vida dos pacientes, indicando a necessidade de novas abordagens terapêuticas. Além disso, o papel da via de sinalização do Notch, mais especificamente o Notch3, em controlar o pool de células satélite do músculo e outros progenitores miogênicos não foi totalmente elucidado. Aprofundar nossa compreensão sobre a via do Notch pode ser essencial para a criação de uma terapia capaz de transformar a vida dos pacientes. Neste estudo, CRISPR foi usado para corrigir geneticamente células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs), derivadas da pele de dois meio-irmãos com curso clínico discordante, portadores de uma duplicação no exon 2 de DMD. Nosso objetivo era investigar a viabilidade de se gerar células satélite corrigidas geneticamente e capazes de se diferenciar em músculo que produz distrofina. Paralelamente, para estudar os efeitos da via do Notch na formação dos progenitores miogênicos in vitro, foram diferenciadas células não editadas e Notch3 knockout dos mesmos pacientes através de uma metodologia livre de transgenes. Os resultados mostram que é possível gerar células satélite e outros progenitores miogênicos in vitro corrigidos geneticamente para o gene DMD e capazes de produzir distrofina, de forma que estas células podem ser potencialmente utilizadas no desenvolvimento de uma nova terapia celular e gênica, reduzindo-se as chances de uma rejeição imunológica por se tratarem de células do próprio paciente. Contudo, uma possível resposta imunológica à proteína Distrofina introduzida ao músculo dos pacientes precisa ser investigada. Também foi observado que progenitores miogênicos com knockout em Notch3 possuem expressão gênica significativamente maior dos marcadores miogênicos Pax7, MyoD e MyoG e que estas células crescem notadamente mais que células não editadas, sugerindo que o Notch3 limita a população de células satélites quiescentes e ativadas, podendo agir como um inibidir de crescimento por contato. Este estudo propõe que ao manipular a expressão de Notch3 é possível alterar a composição dos progenitores miogênicos, o que pode ser vantajoso no desenvolvimento de uma terapia celular e gênica baseada nestas células.