O coordenador pedagógico e a formação de professores alfabetizadores no município de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Perini, Renata Livia Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-11122018-103722/
Resumo: Esse trabalho tem por objetivo analisar a atuação do coordenador pedagógico na rede municipal de ensino de São Paulo diante das ações formativas oferecidas aos professores do ciclo de alfabetização (1º ao 3º ano do ensino fundamental), em especial o Projeto Especial de Ação (PEA), que é a formação contínua docente instituída na rede e realizada no interior das unidades educacionais, e o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), cujas ações são desenvolvidas por agentes externos à escola. O recorte de tempo é de 2013 a 2016, com o intuito de abranger as ações formativas do PEA e do PNAIC. A pesquisa é de natureza qualitativa e está calçada em pesquisa bibliográfica e documental, além da realização de entrevistas com 18 sujeitos, sendo duas diretoras da Divisão Pedagógica (DIPED) de duas Diretorias Regionais de Ensino (DRE), formadoras da temática alfabetização de uma das DREs, coordenadores pedagógicos e professores alfabetizadores de escolas pertencentes às duas DREs. As entrevistas se aproximar[m do formato de entrevista reflexiva (SZYMANSKI; ALMEIDA; PRANDINI, 2002) e, após transcritas, foram analisadas à luz dos preceitos da análise de conteúdo (FRANCO, 2003). Os pressupostos teóricos sobre formação continuada (IMBERNÓN, 2010, 2011; NÓVOA, 2017a, 2017b) reforçam a importância do trabalho coletivo e da identificação das situações problemáticas vivenciadas pelos professores, superando a perspectiva tecnicista da formação. Consideram ainda que a formação continuada docente deve estar articulada a outros fatores, como melhoria das condições de trabalho e valorização da profissão docente. Tendo em conta o percurso histórico de formação continuada de docentes para a alfabetização na rede municipal de ensino de São Paulo, que culmina com o PEA e o PNAIC no período analisado, constata-se que ambas as formações contribuem, de alguma forma, com o trabalho desenvolvido pelos professores, somando-se a experiências advindas da prática e incluindo indícios de que recuperam formações anteriormente desenvolvidas em seu percurso profissional. O PEA, cuja portaria que o regulamenta é pautada nas necessidades formativas da escola e nas políticas da rede, apresenta limitações, pois não contempla a totalidade da equipe docente e não tem atentado mais claramente para que o tema elencado para o projeto esteja articulado a um foco maior, que é a aprendizagem dos alunos. O PNAIC, por sua vez, pouco dialogou com o PEA e com o percurso formativo da rede, que já passou por programas de grande porte como o PROFA e o Ler e Escrever. O coordenador, que poderia ter atuado como elo entre a política nacional e a formação já desenvolvida nas escolas, não foi envolvido na implementação do PNAIC. As DREs buscaram integrar o CP de modo a incluí-lo nos debates, porém, as entrevistas revelam que tais ações não foram suficientes para a efetiva implementação do PNAIC nas escolas. A pesquisa evidencia que o trabalho de formação docente desenvolvido pela coordenação pedagógica na rede não se constitui apenas dos momentos de estudo, mas por ações de planejamento e acompanhamento das atividades escolares que visam a garantia do direito à alfabetização por todas as crianças.