Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1997 |
Autor(a) principal: |
Pieroli, Dayse Aparecida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25131/tde-15082005-155317/
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Resumo: |
A característica primordial da carcinogênese é o somatório de efeitos nas células. Na etiopatogenia do câncer bucal vários fatores estão envolvidos principalmente o álcool, o fumo e as radiações solares. Além disso, muitas outras substâncias potencialmente carcinogênicas estão em contato diário com a mucosa bucal e encontram-se presentes nos medicamentos, nos alimentos e no próprio meio ambiente como os gases industriais. Devido ao efeito somatório sobre as células, toda e qualquer substância deve ser avaliada quanto ao seu potencial carcinogênico sobre a mucosa bucal. Neste aspecto, a boca constitui o local mais submetido à ação carcinogênica do organismo humano. Com a introdução do peróxido de carbamida a 10% na clareação de dentes vitalizados, surgiram controvérsias significativas quanto ao risco de se danificar os tecidos moles, seja pelo contato direto ou pela ingestão do produto durante o processo clareador. Na técnica caseira de clareação, a partir da utilização de uma moldeira de acetato confeccionada pelo profissional, o paciente faz a aplicação da substância não havendo um controle direto sobre a quantidade utilizada ou ingerida e o tempo de exposição ao agente clareador. Desta forma, existe uma preocupação quanto ao potencial carcinogênico destas substâncias. A partir do modelo experimental de DMBA-indução para carcinogênese química, propusemos estudar os efeitos de dois agentes clareadores à base de peróxido de carbamida a 10%, com e sem carbopol, utilizando hamsters sírios dourados. Os animais foram divididos em 7 grupos experimentais com 10 animais cada e as substâncias foram pinceladas, durante 20 semanas, na porção média da borda lateral lingual dos animais. Os grupos foram assim divididos: Grupo I (Acetona); Grupo II e III (peróxido de carbamida a 10% com e sem carbopol, respectivamente); Grupo IV (dimethilbenzantraceno - DMBA); Grupo V (DMBA + peróxido de carbamida a 10% com carbopol); Grupo VI (DMBA + peróxido de carbamida a 10% sem carbopol) e Grupo VII (água destilada). Nos grupos com a aplicação da acetona, do peróxido de carbamida com e sem carbopol e da água destilada, a mucosa lingual não revelou alterações displásicas e/ou neoplásicas. No Grupo IV, observou-se displasia em 4 dos animais e carcinomas epidermóides nos 6 restantes, sendo 3 microinvasivos e 3 invasivos. No Grupo V, todos os 9 animais desenvolveram carcinomas epidermóides, sendo 2 microinvasivos e 7 invasivos. No Grupo VI, de 9 animais observados, 1 apresentou hiperplasia intensa e 8 carcinomas epidermóides invasivos. Concluiu-se que os clareadores à base de peróxido de carbamida a 10%, com ou sem carbopol, potencializaram o efeito do carcinógeno, no caso o DMBA (ácido dimethilbenzantraceno), atuando provavelmente na fase de promoção tumoral. Desta forma, considerando o caráter somatório das alterações carcinogênicas nas células, este efeito potencializador também pode acontecer com os demais agentes carcinógenos que atuam sobre a mucosa bucal. Os resultados sugerem que a clareação dentária deva ser executada pelo profissional, em seu consultório, com total proteção da mucosa bucal pelo isolamento absoluto, evitando-se a exposição do paciente aos riscos desnecessários, preservando a sua saúde. |