Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Paula, Thaís Silva Marinheiro de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-19072017-160057/
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Resumo: |
Ao nos depararmos com os possíveis sentidos que circulam em relação à busca pelo corpo belo e perfeito, isto é, a busca pelo corpo magro, nesta pesquisa, entendemos que o corpo se tornou uma forma de representação de saúde e beleza, pois, na chamada modernidade líquida, o imaginário social é constituído pela memória discursiva que evoca sentidos tecidos sócio-historicamente sobre o padrão corporal fluido, contribuindo para que os discursos existentes sobre a busca pelo corpo belo e perfeito afetem a imagem que o sujeito faz de seu próprio corpo, ou seja, afetam a imagem que ele deseja alcançar para se sentir incluído na sociedade que o cerca, seja para atingir o padrão de beleza ou para se sentir saudável. Compreendemos, assim, que o corpo inscreve-se no discurso do sujeito, pois faz parte das formações discursivas que o permeiam, isso porque a subjetividade se instaura no momento em que esse corpo reclama por sentidos outros. Consequentemente, ao analisarmos os discursos de sujeitos que fizeram a cirurgia bariátrica, observamos que houve a necessidade de recorrer a esse procedimento cirúrgico para que pudessem fazer parte deste novo corpo, pois surge o desejo de: perder peso, inclusão social e/ou sensação de bem-estar. Desta forma, ao pensarmos sobre como o corpo obeso pode atravessar diferentes sentidos e também apresentar/sofrer relações de poder, nessa relação com o simbólico e com o político, entendemos que o corpo ganha interpretações por meio do olhar e que a percepção de corpo pelo sujeito está diretamente relacionada aos discursos que circulam pela realidade externa, como, por exemplo, o discurso médico, com isso a escolha pela cirurgia bariátrica pode estar relacionada aos sentidos de beleza e estética que silenciam outros sentidos que tratam sobre a saúde. Nesse ideário, esse trabalho visa a compreender os processos de subjetivação do sujeito-paciente de cirurgia bariátrica, a partir da análise de discursos por ele produzidos após o procedimento cirúrgico, suas expectativas, necessidades e ansiedades, assim como os resultados obtidos, investigando, por meio de marcas linguísticas, como os sujeitos foram/são afetados pelo discurso médico sobre o padrão corporal. Para a elaboração do corpus, foram coletados dados com base nas respostas de quatorze sujeitos que realizaram esse procedimento cirúrgico há pelo menos um ano, sendo cinco homens e nove mulheres, na faixa etária de trinta a cinquenta e cinco anos. O campo epistemológico de análise que sustenta a pesquisa é a Análise do Discurso pecheuxtiana, cujo dispositivo teórico-analítico será essencial para o movimento de interpretação e compreensão dos dados. Os resultados apontam sentidos dominantes, (re)produzidos pelos sujeitos que fizeram a cirurgia bariátrica os quais reproduzem o discurso médico que trata a cirurgia bariátrica como um lugar de completude e satisfação corporal, entretanto, são materializados outros sentidos que apontam para a não completude do sujeito e do corpo, de modo que o discurso sobre o corpo ideal fura, ou seja, o sujeito, mesmo tendo realizado a cirurgia bariátrica indicia a necessidade de realizar outros procedimentos cirúrgicos para se chegar à ilusória completude. |