Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Melo, Mara Cristina Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-22062010-143021/
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Resumo: |
O aprendizado motor pode ser considerado um processo sensório-cognitivomotor, que envolve a formação de representações neurais da tarefa, chamadas de modelos internos. Essa forma de entender o aprendizado motor permite que processos como o aprendizado por meio da prática mental, ou seja, sem a finalização do movimento pelos efetores e a realimentação sensorial conseqüente a isso, possam ser compreendidos. A prática mental mostra-se uma forma de treinamento tão eficiente quanto a prática física em adultos, porém com vantagens quanto à generalização, visto que favorece a formação de modelos internos mais flexíveis. Entre os 5 e 6 anos de idade, a despeito das imaturidades de funções cognitivas, como memória de trabalho e atenção, as crianças já são capazes de imaginar tarefas motoras dinâmicas, embora não haja evidências na literatura sobre a capacidade de aprendizado por meio da imaginação nem a comparação com o treino físico. Desta forma, o objetivo deste estudo foi comparar a capacidade de aprender, reter e generalizar uma nova habilidade motora de oposição seqüencial de dedos por meio do treino físico e mental, em crianças de 5 e 6 anos. Para tal, foi comparado o desempenho motor em uma tarefa de oposição seqüencial de dedos, em 3 diferentes condições: com treinamento físico da tarefa, com treinamento mental e sem treinamento. O grupo de prática física (PF) era composto por dezesseis crianças com média de idade de 6,5±0,2 anos, sendo doze meninas e quatro meninos; o grupo de prática mental (PM) composto por 12 crianças com média de idade de 5,7±0,5 anos, dentre elas 7 meninos e 5 meninas e o grupo sem prática (SP), por 12 crianças de 5,6±0,4 anos, das quais 8 eram meninos e 4 meninas, todos destros. Os grupos de PF e PM foram submetidos a uma sessão de treino com 2400 repetições, sendo avaliados, assim como o grupo SP, antes, depois, 4, 7, 14 e 28 dias após o treinamento. Os resultados mostram que independente da forma de treino, as crianças foram capazes de melhorar o seu desempenho em termos de velocidade ao longo do treinamento, sendo que o grupo PM foi mais rápido para concluir cada bloco de treino em comparação com o grupo PF. Quanto à aquisição, embora de forma mais lenta, as crianças do grupo PM atingiram o mesmo desempenho que o grupo PF ao final das reavaliações, enquanto que o grupo SP permaneceu com o desempenho semelhante ao da primeira avaliação e significativamente inferior aos grupos PF e PM. Já para a generalização, os grupos PF e PM apresentaram melhora do desempenho da seqüência reversa (SR) mais lenta em comparação à seqüência treinada (ST), porém ao final dos 28 dias de experimento o grupo PM manteve esta melhora, enquanto o grupo PF perdeu desempenho. O grupo SP não apresentou diferenças significativas no comportamento de nenhuma das 2 seqüências testadas. Com base nesses resultados, pode-se concluir que crianças de 5 e 6 anos vii são capazes de aprender, reter e generalizar uma nova habilidade motora envolvendo movimentos seqüenciais de oposição de dedos por meio da prática mental, sem diferenças em comparação com a prática física, porém com vantagens quanto à generalização. |