Orelhas de elefante, olhos de coruja, dentes de javali: maravilhoso e descritivo em Yvain ou le chevalier au lion, de Chrétien de Troyes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Caliendo, Luis Claudio Kinker
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-22022010-163214/
Resumo: No final do século XII, Chrétien de Troyes considerado por muitos críticos o maior poeta francês da chamada Idade Média compõe um poema narrativo Yvain ou le Chevalier au Lion no qual se percebem elementos tidos como característicos do gênero maravilhoso, tais quais objetos mágicos e seres extraordinários, como monstros e gigantes. Esses elementos entre outros fatores levaram boa parte da crítica a enxergar na poesia medieval, durante muito tempo, uma certa ingenuidade, típica de uma infância da literatura. Rejeitando uma perspectiva evolucionista, o presente trabalho pretende olhar para esse texto antigo respeitando sua alteridade, mas, ao mesmo tempo, trazendo-o para o centro dos debates atuais relativos à literatura. Um olhar atento ao poema permite constatar a íntima relação entre o maravilhoso e o descritivo, a qual constitui o objeto deste estudo. Por meio da leitura do retrato de um camponês monstruoso tomado em sua textualidade, evitando-se uma separação artificial entre forma e conteúdo , promove-se um deslocamento do conceito de maravilhoso, não mais visto como conjunto de motivos, mas como um efeito provocado por operações discursivas.