Metabolismo do ácido ascórbico durante o desenvolvimento e amadurecimento da manga (Mangifera indica L. var. Keitt) e amadurecimento da goiaba branca (Psidium guajava var. Paloma)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Gomez, Maria Luiza Passanezi Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9131/tde-31102022-170409/
Resumo: Devido à importância da vitamina C para os organismos humano e vegetal, torna-se útil o estudo dos mecanismos de síntese e degradação do ácido ascórbico (AA) nos vegetais, que fornecem cerca de 90% da recomendação da ingestão diária de vitamina C. Os teores de AA podem variar, especialmente em frutas, durante o amadurecimento, mas pouco se sabe sobre os mecanismos utilizados pelas plantas para a regulação dos níveis deste composto. No presente estudo, procuramos correlacionar as atividades das enzimas de síntese (L-galactono-1,4-lactona desidrogenase GLDHase), de degradação (ascorbato oxidase - AO e ascorbato peroxidase - APX) e de regeneração (monodesidroascorbato redutase - MDHAR e desidroascorbato redutase DHAR) com o conteúdo do AA durante o amadurecimento da manga Keitt e da goiaba branca, por apresentarem comportamentos distintos. Também foi estudada a formação do ácido oxálico (AOx) a partir do ácido ascórbico, através de infiltração com um precursor radioativo deste último, a L-[114C]-galactose. Na manga, tanto o conteúdo de AA quanto as atividades de GLDHase, DHAR e AO diminuíram durante o desenvolvimento e permaneceram constantes durante o amadurecimento. A APX e a MDHAR apresentaram picos de atividade no 180° dia após a antese (dpa). Não foi detectado ácido oxálico na manga variedade Keitt. Na goiaba, o conteúdo de AA aumentou durante o amadurecimento, assim como a atividade da GLDHase. A APX e a DHAR apresentaram picos de atividade no segundo dia; já as atividades de MDHAR e AO permaneceram constantes durante o período estudado. O conteúdo de AOx permaneceu praticamente constante, e houve detecção de oxalato marcado radioativamente, o que indica síntese de AOx a partir da L-galactose infiltrada, via síntese e degradação do AA. O Northern blotting do RNA total nos vários estádios do amadurecimento da manga e de um dos estádios do amadurecimento da goiaba demonstrou haver conservação da seqüência genética da GLDHase entre estas frutas e o morango. Em estudo da temperatura de armazenamento da goiaba, o abaixamento da temperatura não modifica fortemente o conteúdo de AA durante o armazenamento da goiaba branca durante sete dias. Este conteúdo parece ser mantido pela atividade em conjunto das enzimas de síntese e regeneração, e por uma inativação parcial do sistema de degradação. Desta forma, conclui-se que as atividades das enzimas relacionadas ao metabolismo do AA diferem entre espécies de frutos, originando conteúdos diversos de AA durante o desenvolvimento e amadurecimento, e que, apesar da importância de todo o sistema enzimático, a enzima GLDHase parece estar mais relacionada à variação do AA nestes frutos do que as demais enzimas estudadas.