Efeitos da duração do estresse crônico por contenção sobre a aprendizagem espacial e comportamentos de ratos Sprague-Dawley machos e fêmeas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pansarim, Vítor
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-10062021-154249/
Resumo: A exposição ao estresse crônico por contenção (CRS) é capaz de induzir alterações em processos fisiológicos e comportamentais. Estudos utilizando esse modelo têm encontrado resultados contraditórios sobre seus efeitos na aprendizagem espacial e a ocorrência de comportamentos relacionados à ansiedade e depressão em roedores. Essas diferenças podem estar relacionadas a variáveis metodológicas, como o tempo de exposição ao CRS. Além disto, poucos estudos utilizam fêmeas, e há indícios de que fêmeas podem ser mais resistentes aos efeitos do CRS do que os machos. O presente estudo buscou investigar da interação entre o sexo (machos e fêmeas) de ratos SpragueDawley e a duração de exposição ao CRS (11 e 22 dias) sobre: a) o desempenho em uma tarefa de aprendizagem espacial no labirinto aquático de Morris (MWM); b) a ocorrência de comportamentos associados à anedonia no teste de preferência por solução de sacarose (SPT); c) a ocorrência de comportamentos associados à ansiedade e à exploração no labirinto em cruz elevado (EPM); d) a porcentagem de ganho de peso e a composição do ciclo estral. Oitenta ratos foram alocados em oito grupos experimentais (10 sujeitos por grupo) de acordo com o sexo (macho ou fêmea), com o tipo de intervenção (controle ou CRS) e com a duração da intervenção (11 ou 22 dias). Durante a intervenção, os grupos experimentais foram expostos diariamente ao CRS durante 6 horas. Ao longo do procedimento, foi monitorado o ganho de peso dos animais e o ciclo estral das fêmeas, além de serem conduzidos os SPTs. Os testes no EPM e o MWM foram iniciados no dia seguinte após o término da intervenção. Verificou-se que o CRS de 11 dias foi capaz de induzir uma queda no ganho de peso de machos e fêmeas e de alterar a composição do ciclo estral de algumas fêmeas, enquanto que os últimos 11 dias de CRS não provocaram alterações no ganho de peso. A exposição a 11 dias de CRS provocou mais comportamentos relacionados à ansiedade em comparação à exposição a 22 dias de CRS em machos, mas não nas fêmeas. Nenhum efeito do CRS foi verificado no desempenho dos grupos no MWM e nos SPTs. Desta forma, um estresse crônico de curta duração é capaz de provocar prejuízos, como o aumento da ansiedade e uma queda no ganho de peso, enquanto que um estresse crônico prolongado é capaz de levar o organismo a uma adaptação, anulando prejuízos iniciais. Além disto, confirma-se, assim como em outros estudos, que fêmeas podem ser mais resistentes ao CRS do que machos. Não é claro quais variáveis favorecem a adaptação ou o prolongamento dos prejuízos após 21 dias de exposição ao CRS, sendo necessários mais estudos para investigar os fatores envolvidos.