Diplomacia e negócios da fé: a ação dos embaixadores portugueses na Cúria romana (1513-1557)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Barroso, Raphael Henrique Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-19052022-110720/
Resumo: Esta pesquisa de mestrado busca compreender as diferentes negociações entre a Coroa portuguesa e a Santa Sé, a partir do estabelecimento da embaixada permanente em Roma (1513) até o final do reinado de D. João III (1557). É sabido que D. João III obteve do papa Paulo III a bula Cum ad Nihil Magis, em 1536, que autorizava a Coroa a julgar crimes de heresia, nomear os inquisidores e visitadores nas dioceses do reino e confiscar os bens dos acusados. Contudo, foram precisos intensos anos de negociações com a Cúria, promulgação de diversas bulas, envio de embaixadores regulares e extraordinários, alianças com as Casas dinásticas europeias, aumento da circulação de correspondências e aperfeiçoamento das vias de comunicação. À luz de cartas, crônicas, nobiliários e alvarás da chancelaria régia, buscamos construir um perfil social dos principais envolvidos nas negociações com a Cúria, isto é, os embaixadores residentes em Roma: D. Miguel da Silva, D. Martinho de Portugal, Brás Neto, Henrique de Meneses, Pedro Sousa de Távora, Pedro de Mascarenhas, Cristóvão de Sousa, Baltasar de Faria e Afonso de Lencastre, a fim de avaliar a trajetória e o desenvolvimento das negociações. Ademais, como embaixadores residentes, esses cumpriram o ofício de informar o rei não apenas das negociações com a Cúria romana, mas de variadas notícias da corte, como guerras contra os otomanos, relações comerciais, nomeações eclesiásticas, cerimônias da corte e disputas pelas navegações oceânicas. Concluímos que percorrer o trajeto dos embaixadores, tanto na embaixada de Roma, como nas diversas funções que ocuparam, como desembargadores do Paço, bispos nas dioceses ultramarinas, comendadores das ordens militares e mesmo em outras embaixadas, permitiu mapear as estratégias e alianças de D. João III no cenário geopolítico europeu. Assim como foi igualmente possível medir a inserção dos embaixadores nas estruturas administrativas da corte, além das disputas da nobreza portuguesa por mercês e privilégios