Avaliação nutricional de pacientes portadores de insuficiência cardíaca no período pré-transplante cardíaco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Costa, Helenice Moreira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-24112008-132618/
Resumo: A desnutrição freqüentemente está presente em pacientes com insuficiência cardíaca (IC), podendo trazer aumento de complicações e mortalidade. O objetivo do estudo foi o de avaliar o estado nutricional de pacientes portadores de IC refratária, aguardando a realização de transplante cardíaco. Avaliação nutricional foi realizada utilizando-se da avaliação subjetiva global, avaliação antropométrica completa [índice de massa corpórea (IMC), circunferência do braço (CB), prega cutânea tricipital (PCT), circunferência muscular do braço (CMB) e área gordurosa do braço (AGB)], avaliação laboratorial e realização de anamnese alimentar em dois momentos: no momento de admissão na fila de transplante (1a avaliação) e 4 meses após (2a avaliação). Na 1ª avaliação foram estudados 56 pacientes, idade média de 46±12 anos, 67,8% homens, 33,9% com miocardiopatia chagásica. Análise de dados antropométricos revelou com base no IMC: 73,2% eutróficos e 5,3% com baixo peso; CMB: 66% apresentavam depleção. Houve correlação negativa e significativa entre IMC e fator de necrose tumoral (r= - 0,305; p= 0,022). Análise laboratorial demonstrou: baseado na albumina, 50% dos pacientes apresentavam-se com algum grau de depleção, na transferrina 40% e na contagem de linfócitos 80%. Houve correlação negativa e significativa entre albumina e interleucina-6 (r = - 0,464; p< 0,001), transferrina e interleucina-6 (r= -0,269; p= 0,047) e contagem de linfócitos e interleucina-6 (r= - 0,394; p=0,003). Na 2ª avaliação 18 pacientes foram estudados. Não foram observadas diferenças significativas entre as duas avaliações quanto aos parâmetros estudados. Com base na realização da anamnese alimentar os pacientes atingiram aproximadamente 85% e 84% de suas necessidades calóricas na 1ª e 2ª avaliações, e com relação à ingestão protéica, tanto na 1ª como na 2ª avaliação mais de 70% dos pacientes apresentaram consumo adequado de proteínas. Foi observado consumo abaixo das necessidades nutricionais de cálcio, potássio, magnésio, zinco, folato e vitamina E. Quanto ao sódio verificamos um consumo acima do recomendado. Foram transplantados 14 pacientes com idade de 44 ± 21 anos, 57,1% do sexo masculino, quatro pacientes morreram no pós operatório. Não houve diferenças significativas quanto aos dados antropométricos, laboratoriais, de adequação alimentar e idade entre o grupo de transplantados que sobreviveram (n=9) comparados com os que faleceram (n=4). Concluímos que a desnutrição é comum em pacientes com IC grave aguardando transplante cardíaco. A avaliação nutricional baseada no IMC não mostrou ser um bom método, necessitando ser complementada com as medidas de CB, CMB, PCT e AGB. A avaliação laboratorial permitiu a detecção de comprometimento nutricional. A participação das citocinas inflamatórias no processo de desnutrição foi evidenciada em nossa população. Portanto, a avaliação nutricional completa deve fazer parte do atendimento em pacientes com IC crônica, particularmente aqueles com IC refratária à espera por um transplante cardíaco