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Déficit hídrico na cultura do trigo e o impacto na resposta espectral e em parâmetros agronômicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Moreira, Mauricio Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20210104-185655/
Resumo: Diversos trabalhos de pesquisa, em sua maioria, realizados em casa de vegetação em regiões de clima temperado, revelam que o rendimento da cultura do trigo (Triticum aestivum, L.) é afetado pelo estresse hídrico, especialmente, nos estádios de floração e enchimento de grãos. Alguns trabalhos com trigo têm demonstrado que a técnica de sensoriamento remoto apresenta potencial para estimar a queda de produção decorrente do estresse hídrico, através de medidas radiométricas na faixa termal do espectro eletromagnético. Entretanto, há uma carência de estudos realizados ao nível de campo, em condições de clima subtropical, que relacionam o uso das técnicas de sensoriamento remoto, nas faixas visível e infravermelho próximo, com os efeitos do estresse hídrico na produção de grãos. A presente pesquisa teve por objetivo submeter a cultura do trigo ao estresse hídrico em diferentes fases do ciclo de crescimento e desenvolvimento e analisar o seu efeito no comportamento espectral, na eficiência do uso da radiação para produção de fitomassa e grãos e outros componentes de produção. Foi instalado um experimento de campo, durante a safra de inverno de 1995 na área experimental de irrigação do Departamento de Engenharia Rural na Fazenda Areão, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), em Piracicaba, SP. O experimento foi em blocos ao acaso e consistiu de cinco tratamentos com três repetições cada: a) testemunha, com suplementação de água durante todo o ciclo da cultura a fim de manter a evapotranspiração real (ETr) igual a evapotranspiração máxima (ETm); b) estresse hídrico durante o perfilhamento, com suspensão da água por 29 dias; c) estresse hídrico durante o espigamento, com suspensão da água por 31 dias; d) estresse hídrico durante o enchimento de grãos, com suspensão da água por 17 dias e; e) estresse hídrico durante a maturação, com suspensão da água por 17 dias. Utilizou-se como modelo o cultivar IAC-287 ‘YACO’, de ciclo precoce com duração de 115 a 120 dias. O trigo foi semeado em 1º de junho de 1995 com um espaçamento entre linhas de 0,17 m e uma densidade de 70 a 80 sementes por metro linear. Medidas radiométricas nas faixas visível e infravermelho próximo foram obtidas quase que diariamente com a finalidade de se obter os valores do fator de reflectância (FR) nas bandas TM3 e TM4 e o índice vegetativo diferença normalizada (NDVI). Os valores de NDVI foram utilizados para estimar a radiação fotossinteticamente ativa absorvida acumulada (AAPAR) para permitir o cálculo da eficiência do uso da radiação da cultura para grãos (&#949; g) e fitomassa (&#949; f). De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa foi constatado que o estresse hídrico afetou o comportamento espectral do trigo nas bandas TM3 e TM4, de forma significativa, porém variou em função do estádio de desenvolvimento da cultura. O estresse hídrico, quando aplicado durante a fase inicial de crescimento da cultura (perfilhamento) e durante a fase de enchimento de grãos, reduziu a eficiência do uso da radiação para a produção de fitomassa em 22,8 e 15,4%, respectivamente, em relação à testemunha. O efeito do estresse hídrico quando aplicado durante o perfllhamento, espigamento e enchimento de grãos, reduziu a eficiência do uso da radiação para produção de grãos em 21,1; 22,2 e 22,2 %, respectivamente, em relação à testemunha. O índice de colheita (IC) foi reduzido em 19% pelo estresse hídrico durante o estádio de enchimento de grãos, em relação à testemunha. Em menor intensidade o IC foi reduzido quando o estresse hídrico foi aplicado nas fases de espigamento (7,5%, p < 0,05) e de maturação (7,9%, p < 0,05). Observa-se que na fase de perfilhamento o estresse hídrico provocou uma redução na eficiência do uso da radiação (&#949; F) e (&#949; G), porém o valor do IC foi semelhante ao da testemunha. Isto indica que quando o estresse hídrico ocorre na fase inicial de desenvolvimento, a cultura não foi capaz de recuperar a fitomassa nos estádios posteriores. Além da produção de fitomassa e de grãos outros parâmetros agronômicos de produção afetados pelo estresse hídrico foram: altura de planta, número de espiga por metro quadrado, número de sementes por espiga, peso de 1000 grãos, produção de proteína, largura e espessura do grão.