Tratamento de úlceras venosas por ultra-som de baixa intensidade: avaliação por análise de imagem e imunohistoquímica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Santana, Luísiane de Ávila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/82/82131/tde-30072007-153005/
Resumo: Úlceras de perna acometem as extremidades dos membros inferiores e são causadas por alguma disfunção do sistema vascular. A cicatrização das úlceras é um processo dinâmico que envolve fenômenos biológicos, bioquímicos e imunológicos. A avaliação clínica da evolução das úlceras é difícil e se baseia nas modificações teciduais como granulação, fibrina/esfácelo e reepitelização. A avaliação clínico terapêutica adequada compreende da avaliação da área das úlceras e das áreas correspondentes aos diferentes tecidos presentes nas mesmas. Inúmeras são as opções terapêuticas objetivando a cicatrização das úlceras, envolvendo os mais variados estímulos imunobiológicos, sendo importante a avaliação imunohistoquímica da evolução do tratamento. Estudos anteriores demonstraram que o ultra-som de baixa intensidade (US) estimula a reparação tecidual de úlceras de perna. Com base nestes estudos esta investigação tem o objetivo de comparar a eficácia do ultra-som de baixa intensidade (30 mW/\'CM POT.2\') e de curativos diários á base de sulfadiazina de prata 1% na cicatrização de úlceras venosas, com as seguintes implementações: a) modificação da técnica de antissepsia para aplicação do ultra-som no tratamento das úlceras; b) padronização da técnica de captura da imagem das úlceras; c) utilização de nova técnica de quantificação do tratamento das úlceras e dos seus tecidos (granulação e fibrina/esfácelo) usando o software livre ImageJ para quantificar a área da úlcera e dos seus tecidos; d) quantificação dos fatores de crescimento TGF-\'BETA\' e VEGF e da enzima iNOS nas biópsias iniciais e no 45° dia do tratamento das úlceras. Nesta investigação foram tratadas dezesseis úlceras de perna do tipo venosa no Ambulatório de Úlcera da Dermatologia do Centro Saúde Escola (CSE) - HCFMRP - USP. Elas foram divididas em dois grupos experimentais: grupo 1 (7 úlceras) em que foi utilizado tratamento com curativos diários á base de sulfadiazina de prata 1%; grupo 2 (9 úlceras) em que foi utilizado tratamento com US 3 vezes por semana seguido de curativos diários com gazes umedecidas com soro fisiológico ou vaselina, conforme necessidade do paciente. Os pacientes tiveram um protocolo de 90 dias de tratamento e através de fotografias padronizadas as úlceras foram analisadas quantitativamente no início e a cada 15 dias de tratamento para o cálculo das áreas da úlcera, granulação e fibrina/esfácelo, através do ImageJ. Uma película de látex (preservativo) e gel no cabeçote do transdutor causa pequena atenuação no ultra-som e melhora a assepsia do tratamento das úlceras. A técnica de quantificação da cicatrização de úlceras através de análise de imagem pelo software ImageJ foi validada e comparada com técnicas convencionais de monitoramento do tratamento de úlceras. O cálculo da área das úlceras pelo ImageJ tem um erro médio de 4,8% mas não há diferença estatística, por método não paramétrico, nos resultados de quantificação pelo software quando comparado às técnicas convencionais ou quando são utilizados métodos padronizados e não padronizados de captura das imagens. Não há influência da segmentação manual das imagens das úlceras por diferentes usuários nos resultados das análises realizadas pelo ImageJ. Houve aumento, não estatisticamente significante, na presença da enzima iNOS e dos fatores de crescimento TGF\'BETA\' e VEGF nas úlceras tratadas por ultra-som. Houve uma aceleração estatisticamente significante na cicatrização das úlceras, na formação do tecido de granulação e na redução do tecido de fribrina/esfácelo do tratamento com ultra-som quando comparado ao tratamento com sulfadiazina de prata 1%.