Diversidade genética e fenotípica do vetor de malária Anopheles cruzii (Diptera: Culicidae) em São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Multini, Laura Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-24092020-113859/
Resumo: Mudanças antropogênicas no ambiente podem ser um fator poderoso na evolução das espécies. A fragmentação de áreas naturais devido às interferências humanas é associada à diminuição na riqueza e aumento na abundância de espécies de mosquitos adaptadas a ambientes urbanos. A Mata Atlântica brasileira tem passado por um processo intenso de fragmentação e desmatamento devido às alterações antropogênicas no ambiente. Esse bioma é um importante local de transmissão de malária, no qual o principal vetor de patógenos que causam a malária humana e simiana é o Anopheles cruzii. Desse modo, é possível que alterações antropogênicas no meio ambiente possam modular o fenótipo e genótipo de An. cruzii. Neste estudo, foram usados a geometria alar e marcadores moleculares SNPs para acessar a estrutura micro-geográfica de populações de An. cruzii coletadas em uma área hipoendêmica de malária na cidade de São Paulo, Brasil. Nesta região, as modificações antropogênicas suprimem a Mata Atlântica a fragmentos, fazendo com que An. cruzii, Plasmodium e seres humanos vivam em simpatria. Diferentes hipóteses para ambos os marcadores foram usadas em um desenho de estudo transversal e longitudinal para acessar se estruturação simpátrica e processos microevolutivos estão modulando as populações de An. cruzii. No geral, as hipóteses testadas foram divididas em: há estrutura entre populações de An. cruzii de copa e solo, há estrutura entre populações de An. cruzii em áreas com diferentes níveis de modificações antropogênicas e há estrutura populacional em relação ao tempo em An. cruzii. Portanto, foram investigadas a variação alar e genética em populações de An. cruzii coletadas em áreas silvestre, periurbana e urbana durante um período de três anos. Os principais resultados da análise de geometria da asa mostraram que as populações de copa e solo do ambiente urbano são distintas de acordo com a análise de variáveis canônicas. Os resultados também mostraram uma sutil, mas significativa variação fenotípica nas populações das três áreas durante os três anos de estudo. As variações temporal e simpátrica do formato alar foram maiores no ambiente urbano, sugerindo que mudanças antropogênicas no ambiente podem modular a variação no formato alar de An. cruzii. Os resultados da análise de 1.235 SNPs considerados neutros e independentes mostraram baixa estruturação genética entre as populações de An. cruzii no geral. Porém, as análises sugeriram que as populações de copa e solo da área urbana são significativamente estruturadas. A população do solo da área urbana apresentou maior diversidade genética que a de copa, corroborando os resultados da morfometria alar. Esses resultados indicam que modificações antropogênicas no ambiente levando à fragmentação de áreas naturais podem estar modulando a acrodendrofilia de An. cruzii e mantendo estrutura e diversidade genética na população de solo da área urbana.