Influência do número de pontos na regeneração axonal e produção de matriz extracelular na sutura epineural terminoterminal no nervo ciático do rato

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Pereira, Hougelle Simplicio Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-31052010-170359/
Resumo: INTRODUÇÃO: Após uma lesão de um nervo periférico, o seu reparo é realizado com suturas epineurais dos cotos utilizando-se fio de náilon. O processo inflamatório provocado pela passagem da agulha e pela presença do material de sutura com consequente formação de tecido cicatricial na linha de sutura torna-se um obstáculo à regeneração axonal após o reparo do nervo. Existe na literatura a hipótese que a utilização de um menor número de pontos necessários para assegurar a união dos dois cotos correlaciona-se com uma melhor regeneração axonal. Foi avaliada a influência do diferente número de suturas epineurais terminoterminais no nervo ciático do rato na regeneração axonal, além de avaliar o remodelamento da matriz extracelular através da caracterização dos tipos de colágenos tipo I e III presentes no local de sutura de acordo com o número de pontos adotados. MÉTODOS: Neste estudo experimental foram utilizados trinta ratos machos Wistar submetidos à exposição do nervo ciático direito e divididos em três grupos. Em dois grupos, o nervo foi seccionado e imediatamente reparado com três (Grupo 3P, n=10), ou seis (Grupo 6P, n=10) suturas epineurais usando fio de náilon 10.0. Um grupo (Grupo C, n=10) foi utilizado como controle para determinar os valores normais de todos os parâmetros avaliados. Cada animal pertencente aos grupos de reparo foram submetidos à avaliação eletrofisiológica previamente a secção do nervo e após um intervalo de oito semanas após a neurorrafia, consistindo de registro do potencial de ação motor do músculo gastrocnêmio. Segmentos do nervo foram utilizados para avaliação histomorfométrica da regeneração axonal, avaliada pela contagem de axônios e medida do diâmetro das fibras, e para caracterização e quantificação do colágeno no local de reparo. Imunofluorescência foi utilizada para caracterização dos colágenos tipo I e II no epineuro e endoneuro. RESULTADOS: O índice de regeneração axonal (IR) foi menor no grupo submetido à sutura epineural com seis pontos (IR=1,18±0,26) que no grupo de três pontos (IR=1,32±0,25) e, naquele mesmo grupo, houve uma diminuição mais acentuada da velocidade de condução do potencial de ação do nervo. Os animais submetidos à sutura epineural com seis pontos apresentaram uma diferença significativa na produção do colágeno epineural tipo I (p=0,014) e de colágeno epineural tipo III (p=0,002) quando comparados com os animais submetidos à sutura com três pontos. Não houve diferença significativa na produção de colágeno tipo I ou tipo III endoneural. CONCLUSÕES: O grupo submetido a um maior número de suturas epineurais apresentou maior quantidade de colágenos tipo I e III no epineuro, mas não no endoneuro, que se correlacionou com um menor índice de regeneração axonal e uma diminuição mais acentuada da velocidade de condução do potencial de ação do nervo.