Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Bond, Marina Macedo Kuenzer |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-26122019-123852/
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Resumo: |
Introdução: É crescente o número de pacientes com doença arterial coronariana e angioplastia (ATC) prévia que realizam cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM). Estudos demonstraram que a presença de stent aumenta os fatores inflamatórios locais, porém o impacto da ATC prévia nos resultados da CRM ainda é controverso. Objetivo: Primariamente, avaliar o impacto da ATC prévia na qualidade de vida (QV) dos pacientes submetidos à CRM. Secundariamente, avaliar esse impacto na morbimortalidade hospitalar e sobrevida em um ano. Métodos: Estudo prospectivo, longitudinal, com pacientes submetidos à CRM isolada de julho de 2016 a junho de 2017. Os pacientes foram divididos em dois grupos, com e sem ATC prévia. As características clínicas e cirúrgicas, os exames, e as intercorrências foram registradas. Foi realizada a avaliação da QV através do questionário Quality of Life in Cardiovascular Surgery (QLCS) com um, seis e doze meses após a cirurgia. Foi utilizado para análise estatística o teste de Mann Whitney para variáveis quantitativas, o teste Exato de Fisher para as qualitativas e o teste ANOVA não paramétrico para QLCS, curva de Kaplan-Meier para sobrevivência, e modelo de Cox univariado, com seu hazard risk e intervalo de confiança de 95%. Em seguida, foi realizada análise com propensity matching score. Foi considerado significativo P < 0,05. Resultados: Dos 434 pacientes, 70 pacientes tiveram ATC prévia (16%). Nas características iniciais da amostra a presença de infarto agudo do miocárdio prévio (P = 0,02) e a classe de angina (CCS) (P = 0,04) foram significativas. Dos 394 sobreviventes, 362 completaram o seguimento (92%). A presença de ATC prévia não afetou a QV (P = 0,69), as médias encontradas em um, seis e doze meses no QLCS foram 17,8 (± 3,8), 18,8 (± 3,3), 19,5 (± 3,4) no grupo sem ATC prévia e 17,1 (± 4,1), 18,6 (± 3,6), 19,6 (± 3,6) no com ATC prévia. Os grupos se comportaram de maneira semelhante, com melhora progressiva da QV durante doze meses de seguimento (P < 0,0001). Os desfechos secundários, não apresentaram diferença estatística significativa entre os grupos para: infarto peri-operatório (P = 0,08), acidente vascular cerebral (P = 1,0), ECCM (P = 0,36), e tempo de internação (P = 0,22), mortalidade intra-hospitalar (P = 0,11), mortalidade no primeiro ano (P = 0,26), curva de sobrevivência em um ano (P = 0,29). O HR foi de 1,5 com IC (95%)=[0,69 - 3,33]. A mortalidade hospitalar foi de 11,4% no grupo com ATC prévia e 5,8% no grupo sem ATC prévia, aproximadamente o dobro. A incidência de infarto peri-operatório foi maior no grupo com stent (7,2% vs. 2,8%). Resultados similares foram obtidos na análise com propensity matching score. Conclusão: Este estudo, o qual é o primeiro estudo na literatura mundial a avaliar o impacto da ATC prévia na QV dos pacientes submetidos à CRM, não demonstrou diferença significativa entre os grupos, porém, em comum a melhora progressiva na QV. Foram demonstradas maior taxa de mortalidade hospitalar e infarto perioperatório no grupo com stent prévio. |