Influência do glicogênio muscular sobre a origem da fadiga em diferentes domínios de intensidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Kalva Filho, Carlos Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-20112019-170334/
Resumo: Durante esforços com baixas quantidades de glicogênio muscular (B-Glic), a fadiga é classicamente relacionada a fatores periféricos, como a indisponibilidade energética. Entretanto, a situação de B-Glic induz alterações sistêmicas, as quais podem levar a uma diminuição da ativação muscular pelo sistema nervoso (i.e., fadiga central). Considerando estas duas vertentes de pensamento, a presente tese teve como objetivo investigar as possíveis influências do glicogênio muscular sobre a origem da fadiga em diferentes domínios de intensidade. Para testar as diferentes origens da fadiga, utilizamos técnicas como a twitch interpolation (TI) e a estimulação magnética trascraniana. Além disso, testamos se a situação de B-Glic pode ser responsável pela diminuição na ativação dos motoneurônios (i.e., fadiga central), principalmente pela ação do triptofano (TrP) circulante. Basicamente buscamos avaliar a origem de fadiga em esforços com B-Glic, induzida por exercício prévio, e após a recuperação deste substrato (R-Glic), por meio de dieta com altos índices de carboidrato. No primeiro experimento, 11 participantes foram submetidos a um esforço de depleção, 24h de recuperação com aplicação de solução contendo (Maltodextrina 10%; R-Glic) ou não (placebo, B-Glic) carboidratos, seguida de esforço intermitente de alta intensidade (6xlmin a 120% do VO2PICO, separados por 3 min de intervalo passivo). Neste experimento, o conteúdo de glicogênio foi estimado por ultrassom. Os principais resultados demonstram que i) o glicogênio é preservado em esforços com B-Glic e ii) a fadiga tem origem periférica independentemente do conteúdo prévio de glicogênio. Em outro experimento investigamos a origem da fadiga em esforços prolongados e suas relações com as concentrações sanguíneas de TrP, desta vez realizamos um período de 5 dias para a depleção do glicogênio (exercícios e dieta com baixas quantidades de carboidratos (0,3 ± 0,2 g.Kg-1.dia-1)). A situação R-Glic foi induzida por três dias de descanso e dieta com elevadas quantidades de carboidrato (4,5 ± 1,7 g.Kg-1.dia-1). Neste experimento as quantidades de glicogênio foram determinadas por meio de biópsia muscular (B-Glic: 0,6 ± 0,2 mg.l00mg-1; B-Glic: 4,5 ± 1,6 mg.l00mg-1; p=0,001). O esforço realizado a 80% do VO2PICO (2x15 min, seguido de um esforço exaustivo nesta intensidade; E30Tlim) demonstrou uma pronunciada fadiga periférica em esforços com B-Glic, o que não ocorreu para o esforço R-Glic. As concentrações de TrP foram correlacionadas com parâmetros de fadiga central (r = -0,87) somente na situação B-Glic. Além disso, a variação percentual da força evocada pelos estímulos magnéticos da EMT foi significativamente correlacionada a variação percentual do TrP (r = 0,89). O esforço de maior duração e menor intensidade (2x20 min a 70% do VO2PICO, seguido de um exercício exaustivo a 80% do VO2PICO; E40Tlim), apresentou origem de fadiga periférica mais pronunciada quando realizado com B-Glic. Os resultados da técnica de EMT demonstraram que a situação R-Glic induziu significativas diminuições na amplitude, no tempo entre os picos e na força evocada pelos estímulos magnéticos. Significativas correlações foram observadas entre o tempo de silencio após o segundo esforço constante e as concentrações de TrP (r = 0,94). O tempo de pico a pico no repouso também foi correlacionado com as concentrações de TrP (r= 0,93). Desse modo, pode-se concluir que a origem da fadiga em esforços com diferentes quantidades de glicogênio é influenciada pela intensidade do exercício realizado. Especificamente, a fadiga em esforços com B-Glic tem origem periférica em esforços intermitentes de alta intensidade e nos esforços de moderada duração apresenta um caráter misto (E30Tlim) ou periférico (E40Tlim). A origem central da fadiga emerge apenas no E30Tlim, quando o esforço é realizado na situação R-Glic