Diversidade zooplanctônica e variáveis limnológicas das regiões limnética e litorânea de cinco lagoas do Vale do Rio Doce - MG, e suas relações com o entorno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Moretto, Evandro Mateus
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-23082003-194221/
Resumo: Nos sistemas lacustres, ocorrem diferenças naturais entre os compartimentos limnético e litorâneo num mesmo lago (hábitats, recurso trófico, ciclos biogeoquímicos e processos hidrológicos) e entre lagos que se encontram em regiões de diferentes coberturas vegetais. Tais diferenças podem determinar variações na diversidade zooplanctônica e nas características químicas e físicas da água. Pelo presente trabalho objetivou-se verificar a ocorrência destas diferenças entre as regiões limnética e litorânea de cinco lagoas (Carioca, Aguapé, Águas Claras, Ariranha e Amarela)pertencentes ao sistema de lagos do Vale do Rio Doce (MG), além de uma comparação destes resultados com os diferentes tipos de vegetação que ocorrem no entorno.Situado a sudoeste do estado de Minas Gerais, o sistema de lagos do Vale do Rio Doce é composto, principalmente, por dois tipos de vegetação terrestre: a floresta secundária de Mata Atlântica que está restrita ao Parque Estadual do Rio Doce; e o cultivo de eucalipto que ocupa grande área da região. As lagoas abordadas no presente estudo foram reunidas em três grupos distintos, segundo o tipo de vegetação que ocorre no seu entorno: lagoa Carioca (floresta de Mata Atlântica); lagoas Aguapé e Águas Claras (cultivo de eucalipto com manejo mais intensivo e com freqüente retirada de espécies nativas do sub-bosque); e lagoas Ariranha e Amarela (cultivo de eucalipto com presença de sub-bosque de espécies nativas da Mata Atlântica). Foram realizadas amostragens nos períodos climáticos de inverno de 1999 (estiagem) e verão de 2000 (chuvas), para as variáveis físicas e químicas da água e para a comunidade zooplanctônica. Pelos resultados obtidos, ficaram claras as diferenças entre os compartimentos limnético e litorâneo em função das variáveis físicas e químicas no período de inverno de 1999, e em função da riqueza de espécies zooplanctônicas em ambos os períodos climáticos estudados. A principal diferença da riqueza de espécies entre os compartimentos foi devida ao maior número de táxons na região litorânea, em função da ocorrência de espécies da família Chydoridae e Macrothricidae (Cladocera), e da família Lecanidae (Rotifera). Por outro lado, não ficaram evidentes as diferenças entre os grupos de lagoas segundo a vegetação do entorno, em função das variáveis limnológicas e dos indicadores de diversidade. Ainda assim, é importante destacar as diferenças entre a lagoa Carioca para as demais lagoas, principalmente, em relação ao seu maior grau de trofia e menor disponibilidade de habitats litorâneos, que determinam uma menor riqueza de espécies. Assim, na lagoa Carioca não ocorreram organismos filtradores e herbívoros pertencentes aos Cladocera, com exceção da espécie Diaphanosona birgei . Foi possível verificar também que as espécies de Copepoda Cyclopoida Thermocyclops minutus e Tropocyclops prasinus ocuparam preferencialmente as regiões limnéticas das lagoas, enquanto que Mesocyclops brasilianus ocorreu de forma mais marcante na litorânea. De forma geral, foi possível verificar que os tipos de vegetação não determinaram diferenças nas condições limnológicas e na diversidade zooplanctônica, uma vez que não se observaram padrões semelhantes nos valores das variáveis analisadas dentro de cada grupo de lagoas.