Resposta do tratamento com metformina e do exercício físico aeróbio na mitigação dos distúrbios musculares induzidos pela doxorrubicina.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lima Junior, Edson Alves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42134/tde-06052021-153019/
Resumo: A administração da doxorrubicina tem sido amplamente empregada no tratamento do câncer. Porém seu uso é limitado devido à manifestação de efeitos colaterais adversos como a perda muscular. Embasado na evidência de que muitos tipos de câncer são tratados com este quimioterápico, o objetivo do presente trabalho foi investigar o efeito de estratégias que potencialmente seriam capazes de minimizar os distúrbios musculares promovidos por esta antraciclina. Para isto camundongos C57BL/6 receberam solução salina (CT) ou foram submetidos ao tratamento com doxorrubicina (DOX) por 6 semanas. O grupo DOX foi ainda subdividido em animais que realizaram exercício físico aeróbio em esteira (DOX+EXER) ou receberam metformina (DOX+MET). A combinação com o exercício físico elevou a atividade de AMPk no músculo gastrocnêmio, melhorou o desempenho físico em esteira e protegeu contra o aumento de corticosterona. Já a associação com metformina apenas normalizou a concentração de corticosterona. Posteriormente investigamos o efeito da associação do exercício físico aeróbio à um curto período de tratamento com doxorrubicina em camundongos portadores de tumor, estabelecendo o efeito da interrupção da quimioterapia no músculo esquelético. Uma semana após o estabelecimento do carcinoma de pulmão Lewis (LLC), parte dos animais foi submetido ao tratamento quimioterápico isolado com doxorrubicina (LLC+DOX) ou submetidos à quimioterapia combinada com exercício aeróbio (LLC+DOX+EXER). A eutanásia ocorreu ao fim do ciclo quimioterápico ou uma semana após a última administração de doxorrubicina. Com a interrupção do tratamento quimioterápico, o exercício físico minimizou a retomada da taxa de crescimento do tumor, evitou a perda muscular tardia e impediu o aumento na expressão de proteínas envolvidas no catabolismo muscular (MuRF1, Atrogin1, Miostatina e FoxO) em relação ao tratamento isolado com doxorrubicina. Os resultados obtidos indicam que a combinação do exercício físico aeróbio durante o tratamento com doxorrubicina reverteu parcialmente os efeitos adversos deste quimioterápico, resultando em proteção contra a perda do desempenho muscular e normalização da concentração de corticosterona, este último também observado com a metformina. Efeitos mais consistentes foram encontrados com a continuidade do exercício físico após a interrupção da quimioterapia que, mesmo na presença do tumor, minimizou a perda muscular por meio da diminuição do catabolismo, reduziu a retomada do crescimento do tumor e evitou a redução da sobrevida.