Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Pontes, Laura Regina Antunes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23160/tde-26022021-073525/
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Resumo: |
O objetivo deste ensaio clínico randomizado (ECR), o CARies DEtection in Children (CARDEC-01) foi comparar a detecção e tratamento de lesões de cárie em molares decíduos, realizados com a inspeção visual isolada (VIS) e inspeção visual associada ao exame radiográfico (RAD). Crianças de 3 a 6 anos que procuraram atendimento odontológico foram randomizados em dois grupos, de acordo com a estratégia de diagnóstico usada para detecção de cárie: VIS ou RAD. Os participantes foram diagnosticados e tratados de acordo com o plano de tratamento relacionado ao grupo alocado, e acompanhados por 24 meses. Nos pacientes alocados no grupo VIS, uma nova análise foi conduzida considerando os resultados com o exame radiográfico (estudo de antes-depois). Para esses participantes, foram analisados os tipos de tratamento indicados em cada estratégia: nenhum tratamento operatório, tratamento não operatório e tratamento operatório. De um total de 2.744 superfícies, houve alteração de \"nenhum tipo de tratamento\" com decisão obtida pela inspeção visual, para \"tratamento não operatório\" após o exame radiográfico em 52 superfícies, e a mudança para decisão de \"tratamento operatório\" ocorreu em 46 superfícies dentárias. Além disso, 50 superfícies tiveram sua decisão de tratamento alterada de \"tratamento não operatório\" para \"tratamento operatório\" após avaliação radiográfica. Essas alterações foram mais frequentes em crianças com maior experiência de cárie e em superfícies proximais. Para o ECR, o desfecho primário foi o número de novas intervenções operatórias no acompanhamento de 2 anos. Outros desfechos secundários foram também avaliados. Os grupos foram comparados com o teste de Mann-Whitney, utilizando análise por intenção de tratar. Assim, 252 crianças foram incluídas e randomizadas, e 216 foram acompanhadas por 2 anos (taxa de atrito de 14,3%). A mediana (intervalo interquartil) do número de superfícies que necessitaram de uma nova intervenção operatória (desfecho primário) foi de 1,0 (0,0; 5,0) no grupo VIS e de 2,0 (0,0; 5,0) no grupo RAD (p = 0,476). Para os desfechos secundários, o grupo RAD apresentou mais reparos nas restaurações e mais restaurações realizadas desde o início do estudo. Além disso, o grupo RAD apresentou maior número de resultados falso-positivos que o grupo VIS (p<0,001). Uma análise secundária foi realizada a partir dos dados do ECR, considerando o curso clínico das superfícies dentárias dos molares decíduos dos participantes no estudo. Para isso, 4.383 superfícies proximais e oclusais dos molares decíduos foram diagnosticadas com os métodos visual e radiográfico, e acompanhadas por 24 meses, para avaliação da ocorrência de uma nova intervenção operatória (nova lesão ou troca de restauração). Observou-se que o impacto terapêutico da radiografia comparado ao exame clínico realizado isoladamente foi pequeno. Além disso, nas superfícies em que houve discordância entre os métodos, houve evidências de danos consequentes das decisões terapêuticas obtidas pelo exame radiográfico por meio de resultados falsopositivos, sobrediagnóstico e viés de tempo de espera. Dessa forma, a associação simultânea do método visual e radiográfico para detecção de cárie em pré-escolares causa mais danos que benefícios. A inspeção visual realizada isoladamente é mais benéfica para crianças e, portanto, deve ser indicada para a prática clínica diária. |