O holocausto na obra de Imre Kertész: uma linguagem violentada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Ferraz, Flavia Coimbra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8152/tde-05072011-095528/
Resumo: Esta dissertação propõe uma interpretação da trilogia do escritor húngaro, judeu e sobrevivente dos campos de concentração e extermínio nazistas, Imre Kertész, composta por Sem destino, O fiasco e Kadish Por uma criança não nascida. A trilogia traça um movimento que vai da afirmação à negação da linguagem literária, deixando transparecer a impossibilidade de transmissão da experiência do horror do Holocausto. A trilogia de Kertész desenvolve-se no entrelaçamento dos discursos da literatura, da memória e da história e constitui um conjunto de obras que busca insistentemente um meio de expressão do horror e da opressão absoluta. Mas a resistência da linguagem frente à experiência, faz com que a primeira se volte contra si mesma e tenda à aniquilação, ao desnudar sua condição impossível. Ao analisar as obras em conjunto, este trabalho procura mostrar que a trilogia de Kertész é propositiva, uma vez que ela busca uma linguagem própria que visa não apenas representar o horror, mas também trazê-lo para dentro da narrativa e repensar, a partir da linguagem, a permanência ou não do pensamento que produziu a barbárie.