Avaliação ultrassonográfica e laboratorial do fígado de neonatos bovinos com onfalite

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bombardelli, Juliana Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-30042021-084136/
Resumo: O objetivo geral deste estudo foi investigar as afecções umbilicais inflamatórias mais frequentes em bezerros neonatos da raça Holandesa e a sua associação com alterações em órgãos adjacentes como fígado e vesícula urinária, assim como determinar a ocorrência da enfermidade na região centro-leste do Estado de São Paulo. Foi realizado estudo com a inclusão inicial de 806 bezerros holandeses (126 machos e 680 fêmeas), provenientes de 16 propriedades leiteiras na região. Estes foram triados semanalmente, do nascimento aos 30 dias de vida, com exames de inspeção e palpação umbilical externa e abdominal, para a detecção de alterações umbilicais inflamatórias, que incluíram a presença de secreção purulenta ou aumento de volume em umbigo externo, sensibilidade durante a palpação de umbigo externo ou abdominal, massas abdominais palpáveis e/ou aumento de calibre de componentes. Foram então triados 52 animais dentre os 806 avaliados (52/806; 6,54%), no qual realizou-se avaliação ultrassonográfica, para confirmação ou exclusão do diagnóstico. Quando confirmado, o animal seria incluído no grupo D (doentes), composto por 39 bezerros (39/806, 4,83%), sendo nove machos e 30 fêmeas, que apresentaram alterações no calibre e aspecto dos vasos umbilicais. As principais doenças encontradas nesse grupo foram as onfalites (26/39; 66,66%), seguidas das onfaloarterites (10/39; 25,64%), onfaloflebite (1/39; 2,56%), onfalouracoarterite (1/39; 2,56%) e panvasculite (1/39; 2,56%). Também foram selecionados 16 bezerros, sem qualquer alteração no exame clínico geral e específico da região umbilical, para formação do grupo H (hígidos). Nos dois grupos foi realizada a avaliação hepática, em modo B, no qual não foram encontradas alterações em parênquima e aspecto das veias, e Doppler pulsado, no qual foram obtidos o índice de pulsatilidade, as velocidades mínima e máxima e o índice de resistividade da veia porta, além do coeficiente de proporcionalidade entre os diâmetros das veias porta e cava. O Doppler pulsado revelou diferenças (P=0,001) entre a velocidade máxima da veia porta no grupo H (48,92± 4,37 cm/s) e grupo D (29,2 ± 2,68) (P=0,001). Também foi realizada a mensuração da parede da vesícula urinária nos animais do grupo H (0,12 cm ± 0,004) e nos animais com alterações inflamatórias dos componentes umbilicais caudais (0,15 cm ± 0,0004), além da identificação das camadas que compõem essa estrutura, com o auxílio do exame ultrassonográfico. Em relação às análises hepáticas laboratoriais, observou-se que a atividade sérica da GGT foi maior no grupo H (283,06 U/L ± 105,21) em relação ao grupo D (119,15 U/L ± 22,38) (P=0,03). Concluiu-se que as afecções umbilicais inflamatórias, quando diagnosticadas precocemente, raramente causam complicações, como o acometimento das estruturas adjacentes, sendo o exame ultrassonográfico, em modo B e modo Doppler pulsado, de grande valia para essa avaliação e diagnóstico preciso e precoce dessa enfermidade.