A fortuna crítica de Macunaíma: primeira onda (1928-1936)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Ramos Junior, José de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-24082007-140504/
Resumo: Esta tese propõe uma leitura da recepção crítica de Macunaíma no período circunscrito entre 1928 e 1936, correspondente à vigência da edição príncipe da rapsódia de Mário de Andrade. A análise de vinte e quatro pronunciamentos, recuperados na quase totalidade em fontes primárias, ressalta a contribuição de cada um e demonstra como os juízos estéticos expedidos se associam a perspectivas ideológicas nacionalistas em vigor no momento em que o modernismo estava no auge e buscava respostas estéticas e culturais - mas com implicações sociais ou mesmo políticas - para problemas decorrentes do processo histórico de modernização do Brasil. O confronto de opiniões da crítica com pronunciamentos de Mário de Andrade, contidos na correspondência privada ou textos publicados (em que há menção a Macunaíma, bem como a temas discutidos ou juízos expedidos nas recepções), constitui um diálogo de múltiplas vozes, cuja análise revela a coincidência das posturas críticas adversas com as principais matrizes ideológicas nacionalistas conservadoras (Alceu Amoroso Lima, Graça Aranha e Gilberto Freyre), enquanto as posturas favoráveis se aproximam do modernismo de resistência implícito na rapsódia. O exame dos pronunciamentos de Mário esclarece, também, a relação entre Macunaíma e o projeto modernista do próprio autor: a rapsódia é concebida, sobretudo, como obra de arte, fato estético de linguagem e, não obstante, realização máxima de \"literatura de circunstância\", associada às noções andradianas de \"primitivismo\" e de \"nacionalismo crítico\" (cosmopolita).