Comparação de eficácia da cetamina intramuscular e da combinação escitalopram e aripiprazol no tratamento agudo e manutenção da depressão resistente: ensaio clínico duplo cego, controlado com placebo, randomizado e de grupos paralelos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cigognini, Marco Aurélio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-10052023-120550/
Resumo: Cetamina (CET) um antagonista dos receptores N-methyl-D-aspartado (NMDA) tem demonstrado ação rápida no tratamento de indivíduos com depressão resistente ao tratamento (DRT) em doses subanestésicas. Poucas pesquisas tem avaliado seu uso a longo prazo e por rotas distintas das vias intravenosa e intranasal. Um estudo comparativo, paralelo, duplo cego, randomizado avaliou a eficácia, segurança e tolerabilidade do uso agudo (4 semanas [FII]) e de manutenção (24 semanas [FIII]) da CET intramuscular (IM) (GE=0,75 mg/kg e placebos orais) versus controle ativo (GC=escitalopram 15 mg, aripiprazol 5 mg e solução salina IM) em indivíduos com DRT de intensidade moderada-grave (sem sintomas psicóticos), com ou sem risco de suicídio. Os pacientes (18-40 anos) foram randomizados e cegados para o GE ou GC na razão de 1:1. Os sujeitos foram avaliados por instrumentos clínicos e testes neuropsicológicos, tendo seus sinais vitais (SV) monitorados após aplicação da medicação injetável. O desfecho primário foi as mudanças na Montgomery-Åsberg Depression Rating Scale (MADRS) no transcorrer da pesquisa. Foram admitidos 44 voluntários, destes 24 foram selecionados e randomizados. O estudo demonstrou eficácia comparável do GE com o GC (ANOVA de medidas repetidas) no tratamento agudo (F=0,97; p=0,43), de manutanção (F=0,85; p=0,651) e na retirada (F=2,37; p=0,096). Os grupos não diferiram quanto as taxas de drop-out na FII (GE = 30,8% e GC = 30% [valor de p próximo a 1]) e na FIII (GE = 33,3% e GC = 50% [p=0,839]) segundo o teste de Fisher.Os desfechos secundários (em quase todas as fases) demonstraram similaridade. Nenhum evento grave (clínico ou psiquiátrico) foi evidenciado. Houveram alterações benignas e transitórias nos SV típicas do uso da CET (notoriamente aumento da pressão arterial) que não requereram intervenções. Os grupos não demonstraram diferenças estatísticas no que tange aos efeitos colaterais. Os efeitos transitórios mais comuns da CET-IM na FII foram: déficit de concentração (62,6%), sonolência (54,6%) e cefaléia (49,1%). Uma média maior dos efeitos dissociativos refletiu característica típica da CET porém com baixíssima frequência de sintomas psicóticos. A CET-IM (0,75 mg/kg) demonstrou eficácia comparada ao tratamento ativo (escitalopram 15 mg e aripiprazol 5 mg), segurança e tolerabilidade no tratamento agudo (1 mês) e de manutenção (6 meses) tendo seus benefícios mantidos na sua retirada (1 mês) REGISTRO: NCT04234776