Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Castro, Renata Rebellato Linhares de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-23072019-121704/
|
Resumo: |
A cultura da soja tem grande importância na segurança alimentar mundial, sendo o Brasil o segundo maior produtor do grão. Dentre os fatores que afetam a produção da cultura, as doenças se destacam e uma das principais é a antracnose. Diferentes espécies de Colletotrichum têm sido relacionadas à antracnose da soja, como C. truncatum, geralmente reportado como o principal agente causal da doença, e o C. plurivorum, anteriormente nomeado C. cliviae, uma espécie recentemente descrita e associada ao patossistema. Desta forma, objetivou-se caracterizar de forma filogenética, morfológica e cultural a espécie C. plurivorum comparando-a com C. truncatum; comparar a agressividade e a capacidade de transmissão semente-planta e planta-semente entre C. plurivorum e C. truncatum na cultura da soja; testar a reação de diferentes cultivares de soja a C. plurivorum; e verificar a sensibilidade in vitro de C. plurivorum a fungicidas registrados no Brasil para controle da doença. Baseado na análise filogenética Bayesiana, os isolados anteriormente chamados de C. cliviae foram reclassificados como C. plurivorum, agrupando-se juntamente com novos isolados de coletas recentes. Um isolado foi classificado como C. musicola, primeiro relato desta espécie isolada de planta sintomática de soja. Os isolados de C. plurivorum apresentaram taxas de crescimento micelial maior do que os de C. truncatum, enquanto que a esporulação dos isolados da segunda espécie foi superior aos da primeira. No teste de comparação de agressividade, o isolado de C. truncatum se mostrou mais agressivo do que os isolados de C. plurivorum à cultivar AMS Tibagi, após inoculações com suspensões de esporos no estágio de crescimento V2-V3. No teste de transmissão semente-planta, as taxas de transmissão de C. plurivorum e de C. truncatum da semente para a planta variaram entre 37% e 79%. Não foi observada transmissão dos patógenos para os grãos em teste de sanidade quando as plantas foram inoculadas nos estágios R2 e R5, além de não afetarem a produção de vagens e grãos. No teste de reação de cultivares de soja a C. plurivorum, a AMS Tibagi foi a que apresentou maior resistência, enquanto que as demais cultivares avaliadas foram afetadas significativamente nos parâmetros de qualidade fisiológica avaliados. Nas avaliações de sensibilidade a fungicidas, isolados de C. plurivorum e C. musicola, apresentaram insensibilidade, baixa ou média sensibilidade aos fungicidas trifloxistrobina e piraclostrobina. Para esses mesmos fungicidas, os isolados de C. truncatum e C. sojae foram classificados como altamente sensíveis (CE50 menor que 1 µg mL-1). Os isolados de C. plurivorum e C. musicola apresentaram a mutação E198A no gene da beta-tubulina, que confere resistência ao tiofanato-metílico, enquanto que os isolados de C. truncatum foram considerados altamente sensíveis ao produto e não apresentaram a mutação no gene analisado. Isolados de C. plurivorum e de C. truncatum, avaliados no teste de inibição do crescimento micelial, foram considerados altamente sensíveis aos fungicidas difenoconazol e fludioxonil. Identificar e conhecer as características das espécies Colletotrichum que afetam uma das principais commodities do Brasil é fundamental para entender a epidemiologia da doença e obter sucesso no desenvolvimento de estratégias de controle mais eficientes. |