Produção secundária de macroinvertebrados aquáticos e fluxos de energia em cadeias tróficas de riachos do Cerrado brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mello, José Leonardo da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18138/tde-27102023-173512/
Resumo: A estrutura das comunidades aquáticas e as cadeias tróficas em ambientes lóticos são determinadas pelos atributos físicos dos cursos de água, bem como pelas características do bioma onde esses ambientes estão localizados. Enquanto estudos das ligações entre os aspectos físicos dos cursos de água e as cadeias tróficas são comuns em muitas regiões, pouco se sabe a respeito dessas relações para grandes áreas do planeta, incluindo o Cerrado brasileiro, que abrange aproximadamente 208 milhões de hectares. Aqui, o objetivo foi quantificar a produção secundária de macroinvertebrados aquáticos e os fluxos de energia em riachos de Cerrado brasileiro, examinando os fatores que os influenciam. Macroinvertebrados aquáticos foram coletados entre os meses de outubro de 2015 e setembro de 2016 e sua produção foi estimada juntamente da dinâmica dos recursos alimentares disponíveis, em três riachos preservados do Cerrado brasileiro, adicionalmente foram construídos diagramas de cadeias tróficas de fluxo visando descrever os padrões de fluxos de energia nos riachos estudados. A produção secundária total variou de 11,0 a 13,5 g AFDM m-2 ano-1 e entre os grupos funcionais de alimentação, os indivíduos fragmentadores e predadores foram os maiores contribuidores, variando de 21-39% e 20-49% da produção total, respectivamente. As vias provenientes de detritos foram dominantes nos fluxos de energia nos riachos estudados. Os fragmentadores apresentaram as maiores taxas de consumo de recursos entre os grupos funcionais de alimentação, porém ingerindo apenas 3,4-8,1% dos recursos alimentares disponíveis, sugerindo que sua produção nesses sistemas não é limitada pela disponibilidade de recursos. O presente estudo é o primeiro relato de estimativas de produção secundária e fluxos de energia em cursos de água do bioma Cerrado brasileiro. O monitoramento dessas importantes funções ecossistêmicas auxilia o entendimento dos fatores que governam os cursos de água nesse bioma. Avaliar esses processos em outros riachos da região, particularmente em mais riachos preservados, poderá auxiliar a determinação de condições de referência em cursos de água desse bioma, bem como em outras regiões de savanas tropicais.